A Polícia Federal, em parceria com o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União – CGU -, deflagrou hoje, 16, a Operação Marcha à Ré, com o objetivo de apurar supostas irregularidades na aplicação de recursos públicos federais do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar – Pnate.

Com cerca de 70 policiais federais e seis auditores da CGU, a operação cumpriu 13 mandados de busca e apreensão, nas sedes da Secretaria de Estado da Educação -Seed – e das empresas envolvidas, em Aracaju, Boquim, Estância, Lagarto, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão.

Fiscalizações feitas pela CGU e diligências realizadas pela PF identificaram inconformidades na definição do preço de referência do pregão eletrônico, por meio do qual o Governo do Estado de Sergipe celebrou diversos contratos de prestação de serviço de transporte escolar entre os anos de 2014 e 2017. Também foram apontados indícios de formação de cartel e conluio entre empresas participantes da licitação, a fim de frustrar a legítima concorrência e majorar preços indevidamente.

Foram verificados, também, indícios de superfaturamentos decorrentes das seguintes práticas: a) pagamento por serviços não prestados; b) incidência de custos diretos inferiores aos declarados pelas empresas em suas composições de preços nas ocorrências de subcontratação; c) pagamentos baseados em quilometragem superior à efetivamente percorrida pelos veículos contratados; e d) pagamentos por quantidade de veículos superior à efetivamente disponibilizada por determinada empresa.

Entre 2014 e 2017, os recursos envolvidos na contratação de transporte escolar pelo Governo do Estado de Sergipe alcançaram o montante de R$ 285 milhões, sendo cerca de R$ 13 milhões oriundos de verba federal do Pnate, vinculado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. O efetivo prejuízo aos cofres do Estado e da União serão calculados no decorrer das apurações.

* Com informações da Polícia Federal