Segundo a Organização Mundial do Turismo, um movimento marca a mudança na relação do viajante com seu destino. Hoje, mais do que se restringir a contemplar aquilo que se vê no local de visitação a partir de uma perspectiva unicamente de observador, o viajante quer ser protagonista da própria viagem. Para criar esse laço, os turistas buscam interagir ativamente com o ambiente e, assim, “sentir, viver, emocionar-se”, como o órgão caracteriza o Turismo de Experiência. Empresa de tecnologia no mercado do turismo há mais de 12 anos, o Hurb conta um pouco mais sobre a tendência a partir de destinos nacionais, onde é possível praticá-la.

Caracterizado por sua diversidade ambiental, climática e cultural, o Brasil possibilita a prática em todo o território nacional, e os brasileiros podem viver conexões profundas com realidades diferentes da sua sem ir muito longe. Ocupando os estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, o Pantanal é um bioma único graças a sua biodiversidade exclusiva. Aqueles que o escolhem como destino sofrem uma ruptura com o cotidiano urbano ao serem impactados pelo cenário.

Ao contrário do destaque que o turismo de massa tradicionalmente garante aos espaços privilegiados, o turismo de experiência prioriza se aproximar de realidades regionais específicas, das vivências daqueles que pertencem àquele espaço. Por isso, muitas vezes, sua prática está alinhada a ações de conscientização e manutenção da cultura local – o que acontece, por exemplo, tanto nas fazendas abertas à visitantes do Pantanal quanto no roteiro pelo Vale do Jequitinhonha (MG), que exalta o artesanato local.

Famosos pela produção de panelas de barro que são verdadeiras peças de arte, os 80 municípios do vale mineiro produzem ainda bordados, couro, cerâmica, pintura e objetos em madeira e palha, abraçando uma estética particular do interior do estado. Os turistas vivem experiências de aprendizado com as artesãs para produzir peças que o lembrarão da viagem e podem passar as noites na casa de moradores da região, que abrem suas portas para hospedar viajantes, proporcionando uma imersão na cultura popular local.

São destinos que desenvolvem infraestrutura turística voltadas para nichos mais específicos e, geralmente, nos quais o acesso não é ilimitado. Afinal, diferente do turismo de massa, a ideia é proporcionar uma conexão do indivíduo com o espaço, a partir de percepções próprias e roteiros personalizados. Dessa forma, o Turismo de Experiência está longe dos resorts ou das cidades mais visitadas do mundo.

Alter do Chão (PA) é mais um destino onde a natureza determina os hábitos e atividades daqueles que o habitam ou visitam. Pequenos vilarejos cercam as praias de água doce formadas pelos rios Tapajós e Arapiuns, afluentes do rio Amazonas. Para se aproximar das atividades desenvolvidas pela população ribeirinha, a rede de turismo comunitário e artesanato Turiarte oferece roteiros personalizados, com direito a refeições de acordo com a gastronomia típica.

Em São Paulo, a Ilha do Bororé ganhou visibilidade ao aplicar inovação à agricultura orgânica. A península no extremo sul do estado faz parte de uma área de proteção ambiental da Mata Atlântica. O Sítio Paiquerê possibilita contato com as espécies locais e produtos da própria horta, além de uma oportunidade para se alimentar dos produtos ali colhidos, além de pães e derivados do leite. Este é mais um exemplo de um empreendimento que se beneficiou da valorização das características locais, transformando-a em um novo produto turístico capaz de proporcionar um momento único.

Observa-se que, quanto mais particular for uma experiência, maior é seu potencial turístico. E, para se beneficiar da tendência, o caminho está na inovação e no desenvolvimento para conversão em oportunidades de negócio, entendendo quais são as expectativas e desejos dos clientes, de forma cada vez mais segmentada.

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Foto: Divulgação/Hurb