Espaço para interagir, passar o tempo e compartilhar experiências, a internet também pode ser um lugar tóxico, principalmente nas redes sociais, que podem apresentar cenários de ódio gratuito, comentários cruéis e críticas descabidas. De acordo com o psicólogo da Hapvida NotreDame Intermédica, Marcos Sueudy, muitas pessoas se sentem confortáveis em ser desagradáveis no on-line por não lidar diretamente com a pessoa ofendida e ter a chance de reparar seu comportamento.
O especialista ressalta que a pessoa sabe o que está fazendo ao destilar ódio nas redes sociais, por conta da sua sensopercepção, que é o processo de perceber o mundo ao redor através dos sentidos. Ainda assim, é possível que ela tente viver uma “realidade paralela” no mundo virtual.
“As redes sociais facilitam a autopromoção do ser e libera as pulsões existentes no ser humano, permitindo que ele viva na rede o que ele não é em essência real. Essa confusão pode gerar prazer em punir o outro, e reconheço que esse comportamento é totalmente humano”, revela.
Como uma espécie de vírus, as contas falsas também estão em todos os lugares nas redes sociais e costumam ser usadas para fazer comentários que talvez a pessoa não teria coragem caso mostrasse sua identidade. Esse pode ser um sinal que a pessoa precisa de ajuda.
“A pessoa que cria um perfil fake pode acreditar que suas atitudes são corretas ao considerar a motivação que foi criado esse perfil, mas, a partir do momento que o sujeito se coloca nessa posição, ele se desvia de sua personalidade e assume uma outra figura. Essa mudança de conduta, essa dupla personalidade é um sinal de adoecimento mental”, aponta o psicólogo da Hapvida Notre Dame Intermédica.
Proteja-se!
Uma das maneiras de evitar ser alvo desse tipo de comportamento tóxico é ser seletivo com os amigos virtuais, escolhendo de maneira rigorosa quem deve participar da rede social e ter acesso à intimidade da pessoa. Em caso de ser vítima de algum comentário malicioso ou cruel, o psicólogo orienta a tentar manter a calma e, se for necessário, buscar ajuda de um especialista em sistema de internet e até acionar a polícia. O suporte psicológico também pode ser uma opção a depender do impacto da mensagem.
Seja exemplo
Sueudy também dá dicas de como ter uma postura positiva nas redes sociais. Ter em mente a finalidade de estar e se expor na internet deve ser primordial, além de ser fundamental saber dosar o tempo e buscar equilíbrio entre o on-line e off-line.
“Saiba dosar seu tempo, não siga e não veja o que distancia você de sua essência. Quando comentar ou postar o seu pensamento, sua opinião, pergunte a si mesmo como você avaliaria aquela postagem se não fosse você quem postou. Se não for para trazer crescimento ou conhecimento, reavalie o que vê e posta. Não seja o avatar de sua vida, seja você na realidade”, aconselha.
Mais dados
Em 2022, mais de 74 mil denúncias de crimes envolvendo discurso de ódio pela internet foram encaminhadas para a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da Safernet, organização de defesa dos direitos humanos em ambiente virtual. O número é o maior já registrado e representou um aumento de 67,7% em relação a 2021.
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Fonte: Hapvida
Foto: Divulgação / Ascom Hapvida
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