A autora do Projeto de Lei do Senado 398/2018, que incentiva a participação das mulheres nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, a senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE) reforçou a importância do incentivo à ciência, especialmente, nesse período que o mundo enfrenta os drásticos efeitos da pandemia gerada pela Covid-19.

“É fato comprovado que os cortes em investimento em pesquisa e estímulo à ciência comprometem a forma como o país enfrenta o problema”, disse Maria do Carmo, reconhecendo que é preciso mudar esse cenário para evitar que mais vidas continuem sendo ceifadas.

Para Maria, é preocupante o fato de, desde 2014, o volume de investimento público na área de ciência e tecnologia ter diminuído. Ela observou que, este ano, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – MCTI – teve seu orçamento encurtado em cerca de 29%, quando comparado a 2020. “É a maior redução dentre todas as pastas e logo num ano em que sabemos e vemos que a ciência é a resposta. Sem ela, como teríamos vacinas? Como conseguiríamos lidar com essa triste doença que já matou a vida de quase 500 mil pessoas?”.

A senadora destacou que, no momento, são desenvolvidas 18 vacinas contra a Covid-19 no Brasil e que diversos especialistas que estão à frente dos projetos relatam dificuldades por falta de verbas e condições para desenvolverem o trabalho científico. “Sem recursos, não há como fazer. A Universidade Federal do Rio de Janeiro, por exemplo, está desenvolvendo sua vacina, a UFRJ-Vac, porém, está enfrentando sérios problemas por conta da redução de orçamento, e corre o risco de interromper as atividades no segundo semestre do ano”, disse a parlamentar.

No seu entender, investir em pesquisa e em ciência, significa incentivar um futuro melhor para o país. “Se observarmos os países que depositam a maior parte de seu PIB na ciência, veremos que esse simples gesto – que para muitos pode parecer dispendioso- faz muita diferença para a população. E é nisso que eu acredito”, explicou Maria.

Inclusão Feminina

Para Maria do Carmo, ainda existem muitas barreiras culturais quando se trata da participação da mulher na ciência. “A mulher pode fazer ciência, sim. E já faz! Em 2017, o relatório Gender in the Global Research Landscape, um estudo feito pela Elsevier, constatou que o Brasil tem um dos maiores percentuais de participação feminina na produção científica, com 49% da pesquisa no país sendo feita por mulheres. Entretanto, poucas delas ocupam cargos de liderança na pesquisa, o que é um sinal preocupante”. Considerou.

De acordo com a senadora, incentivar a igualdade de gênero nesse âmbito pode ajudar a trazer um diferencial para o país, além de quebrar muitos preconceitos e estereótipos que rondam essas áreas. “Nossas meninas precisam saber que elas podem ser livres para fazer o que quiserem. E se optarem por seguir a área de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, devem ser incentivadas e encorajadas para tal”.

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Fonte: Assessoria Parlamentar

Foto: Assessoria Parlamentar