Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Thomas Jefferson, nos Estados Unidos, e apresentados na última edição do Congresso da Associação Americana de Oncologia Clínica (ASCO), revelou que a vacina contra o HPV, já conhecida por sua proteção contra o câncer de colo do útero, também se mostra altamente eficaz na prevenção do câncer de cabeça e pescoço em homens.

A pesquisa analisou dados de 5,5 milhões de pessoas, incluindo 950 mil vacinadas contra o HPV, entre 2006 e 2008. Os dados apontaram que os homens que receberam a imunização durante a infância ou adolescência apresentaram um risco 56% menor de desenvolver esse tipo de câncer que, no Brasil, é o segundo mais comum entre indivíduos do sexo masculino, com cerca de 39,5 mil novos casos a cada ano. A maioria desses diagnósticos está relacionada à infecção pelo HPV, principalmente por tipos transmitidos sexualmente.

O que é câncer de cabeça e pescoço?

De acordo com o oncologista Rafael Lessa, da Oncoclínicas em Sergipe, o câncer de cabeça e pescoço engloba um grupo de tumores que se desenvolvem em diferentes partes da região, como boca, língua, faringe, laringe, tireoide, pele da cabeça e pescoço, nasofaringe e glândulas salivares. Além da infecção pelo HPV, outros fatores de risco elevam as chances de desenvolvimento da doença, entre eles o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e a exposição exagerada ao sol.

“Alguns dos principais sintomas e sinais de alerta são o surgimento de nódulos na região do pescoço, feridas na boca que não cicatrizam, dificuldade ou dor para engolir, dor de garganta ou rouquidão que não melhoram depois de 15 dias, perda de peso sem causa aparente, sangramento na boca ou no nariz, mau hálito persistente e zumbido nos ouvidos”, aponta o oncologista.
O diagnóstico é feito através de exame físico, exames de imagem e biópsia. “O tratamento é multidisciplinar e depende do tipo, estágio e localização do tumor, podendo incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia”, explica o médico. Para prevenir a doença, o especialista indica evitar os maus hábitos que elevam o risco, além de fazer acompanhamentos médicos regulares e vacinar-se contra o HPV.

“No Brasil, esta imunização é gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos. Outros grupos também podem se beneficiar, como homens e mulheres imunossuprimidos, indivíduos com HIV ou em tratamento oncológico, e vítimas de violência sexual. É sempre importante lembrar que a vacina contra o HPV é segura, eficaz e um importante passo na prevenção do câncer”, finaliza.


Fonte: Ascom
Foto: Divulgação/ Ascom