Os produtores de grãos no Nordeste esperam colher, na safra 2023, mais de 25,8 milhões de toneladas, o que representa crescimento de 8,6% em relação à safra anterior. Os grãos que puxam o crescimento são soja e milho. As informações compõem a análise do cenário macroeconômico realizado pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o estudo, o destaque da produção é a Bahia, que deverá produzir 10,9 milhões de toneladas, cerca de 42,5% da produção regional de grãos. Outras importantes contribuições são do Piauí como o segundo maior produtor com previsão de 6,5 milhões de toneladas de grãos (alta de 25,5%) e Maranhão, com produção de 6,4 milhões de toneladas de grãos (24,7% de crescimento).

“O aumento na expectativa da safra de 2023 é explicado não só pela expansão da área plantada, como também pela melhoria da produtividade, a exemplo do que ocorre nas principais culturas como soja, milho e feijão”, explica a pesquisadora do Etene, Hellen Saraiva Leão. Segundo ela, para acompanhar o momento no mercado, o produtor precisa investir em adaptação de técnicas e melhoria de produtividade.

Para apoiar os produtores, o Banco do Nordeste (BNB) está com meta de aplicar no setor cerca de R$ 14 bilhões em toda sua área de atuação, que compreende estados nordestinos e parte de Minas Gerais e Espírito Santo. Desse valor, cerca de R$ 9,2 bilhões são para agronegócio e o restante para agricultura familiar.

Sergipe

Somente em Sergipe, a meta é contratar R$ 886 milhões em atividades agrícolas e pecuárias, sendo a maior parte (R$ 612 milhões) para o agronegócio. Segundo o superintendente do BNB em Sergipe, César Santana, o valor corresponde à ampliação progressiva do crédito rural no estado. “A cada ano, o agronegócio sergipano tem buscado ainda mais o apoio do BNB para investimento em tecnologia, melhoria da produtividade e expansão de atividades como as cadeias produtivas do milho e do leite, que se destacam no território sergipano”, afirma.

De acordo com Luiz Sérgio Farias Machado, superintendente de Agronegócio e Microfinança Rural do BNB, o Banco do Nordeste é o principal agente financeiro do agronegócio em sua área de atuação, respondendo por 51,6% do crédito rural. “No ano de 2022, foram contratados mais de R$ 14 bilhões em crédito rural, com fonte FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste), em mais de 626 mil operações com clientes todos os portes, inclusive agricultores familiares, o que representa um acréscimo de 43% em relação ao ano anterior”, afirma.

Soja com maior peso

A produção de milho no Nordeste deve chegar a 9,7 milhões de toneladas, cerca de 37,7% da produção regional de grãos. Já a participação da soja no volume total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos na Região deve ficar em 53,9%. Estão previstas 13,9 milhões de toneladas, permanecendo como o de maior peso no grupo. Um pouco mais da metade da produção de soja na Região vem da Bahia, que tem projeção de sete milhões de toneladas de grãos. Depois vêm Maranhão (3,6 milhões de toneladas) e Piauí (3,2 milhões de toneladas).

No Brasil

Para a Safra 2023, a estimativa da produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas deverá alcançar 301,9 milhões de toneladas, alta de 14,7% em relação a 2022, que computou 263,2 milhões de toneladas. Com expectativas de recordes nas produções de soja (147,5 milhões de toneladas) e milho (122,5 milhões de toneladas), participação de 48,9% e 40,6% da produção de grãos do País, nesta ordem.

Entre as grandes regiões, a distribuição da produção de grãos deverá se concentrar, no Centro-Oeste (141,8 milhões de toneladas; 46,9%) e no Sul (91,0 milhões de toneladas; 30,1%), seguidos por Sudeste (28,1 milhões de toneladas; 9,3%); Nordeste (25,8 milhões de toneladas; 8,6%) e Norte (15,0 milhões de toneladas; 4,9%).

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Fonte: BNB

Foto: Ascom