O prefeito Edvaldo Nogueira anunciou nesta terça-feira, 14, em coletiva com a imprensa, o retorno das feiras livres em Aracaju, a partir do próximo dia 18. De acordo com ele, 50% das feiras voltarão a funcionar e em tamanho reduzido, com a comercialização somente de gêneros alimentícios. A definição ocorreu em nova reunião do Comitê de Operações Emergenciais – COE -, na qual foram avaliados os impactos das medidas restritivas, adotadas pela Prefeitura, para conter a propagação do coronavírus na cidade. O gestor também destacou a importância do isolamento social e os impactos positivos da medida para a estabilidade de casos em Aracaju, além de reconhecer que há subnotificação de casos da covid-19 na cidade, situação vivida em todo o país.
Das 32 feiras existentes na capital, 16 voltarão ao funcionamento. “As feiras serão retomadas a partir do dia 18 de abril. Nesta quarta-feira, a Emsurb divulgará quais são as feiras que retornarão e o modelo já readequado, mas adianto que vamos manter apenas 50% da capacidade. Adotaremos todas as medidas para que os espaços ofereçam segurança a todos, com controle de pessoas, higienização e distanciamento. A nossa intenção é que elas funcionem da mesma forma que as feiras de pescados. Foi uma experiência muito positiva que tivemos e que nos mostrou que era possível retomar as feiras livres com controle e segurança”, explicou o prefeito.
Edvaldo também falou sobre a situação da covid-19 em Aracaju. Ele reconheceu que existe uma subnotificação de casos. Mas informou que a gestão elaborou um novo Boletim Epidemiológico, que permite, através da utilização de sistemas tecnológicos, traçar um quadro de mapeamento do vírus. “Adotamos medidas capazes de nos dar toda a estatística das pessoas que têm coronavírus, assim como também os casos suspeitos, além das pessoas que estiveram em nossas unidades de saúde e apresentaram sintomas de síndromes gripais, chegando a mais de 2 mil pessoas. Com esse levantamento, hoje sabemos quais as localidades da cidade fazem parte desse mapeamento e isso é muito importante para nossa atuação”, afirmou.
Edvaldo destacou ainda os impactos positivos do isolamento social em Aracaju e reforçou a importância de mantê-lo nos próximos dias. “Se hoje Aracaju possui 36 casos confirmados é porque adotamos antecipadamente as medidas de distanciamento social. As pessoas tem a impressão de que a situação está controlada em nossa capital, e de que já podemos voltar à rotina, mas não é assim. Fizemos estudos constantes e se hoje adotássemos medidas para liberação total do isolamento, em 30 dias precisaríamos de 1.200 leitos de retaguarda e aproximadamente 300 de UTI, uma estrutura que a Prefeitura e o Governo não teriam. Por isso é importante manter o distanciamento, no momento, enquanto buscamos soluções, nos preparamos. Com isso, poderemos encontrar alternativas para liberar, na medida, quando for preciso”, reforçou.
10 mil testes
O prefeito também anunciou a chegada de um quantitativo significativo de testes na próxima semana para a realização de testagem em massa, dando um panorama mais realista da doença em Aracaju. “Vamos aumentar a testagem e ter um panorama ainda melhor. Entendemos que hoje temos subnotificação porque temos mais de duas mil pessoas que apresentaram sintomas de síndromes gripais, e isso abre a possibilidade para que mais pessoas em Aracaju tenham coronavírus.. Não é uma precisão, mas há a possibilidade, por isso precisamos que cheguem os testes para construirmos um mapa epidemiológico mais exato. Com esses dados teremos novos caminhos a seguir”
Hospital de campanha
Edvaldo explicou também sobre o processo para a construção de um hospital de campanha na capital, aumentando o número de leitos de retaguarda. “Será um hospital para 150 leitos, somente para coronavírus. Também estamos preparando unidades de saúde, e outras estruturas para receber e tratar as pessoas. É por isso que o isolamento se faz necessário, porque ele nos dá tempo para preparar um sistema capaz de atender a população. Os aracajuanos precisam entender que estamos todos preocupados. Ninguém queria o isolamento, nenhum governador, prefeito, gostaria de adotar medidas restritivas, mas é necessário e temos visto isso no mundo inteiro, porque ajuda a achatar a curva. Nenhuma sistema de saúde é capaz de dar vazão se muitas pessoas se contaminam, se há o pico de contaminação”, frisou.
Novo decreto
Sobre a reavaliação das medidas estabelecidas no decreto municipal, com validade até o dia 17 de abril, Edvaldo afirmou que novas determinações estão sendo avaliadas. “Estamos estudando e no dia 16 emitiremos um novo comunicado. Acreditamos que o isolamento ainda é importante, mas precisamos analisar os setores para que as melhores decisões sejam adotadas. Acredito que saúde e economia andam juntas, mas é preciso colocar a vida como prioridade. No caso das escolas municipais, por exemplo, acreditamos que aulas não serão retomadas antes do final do mês. Mas estamos discutindo que decisão tomaremos”, declarou.
Fonte: PMA
Foto: Ana Lícia Menezes / PMA
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