No consultório do médico ortopedista Washington Batista, atuante em Aracaju, cada vez mais é comum a chegada de casos de osteoartrose, que segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), também é chamada de artrose ou doença articular degenerativa. Apesar de não haver dados específicos sobre Sergipe, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), no Brasil são 30 milhões de pessoas que sofrem com a enfermidade. Ainda segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), dos indivíduos acima dos 50 anos de idade, 60% já apresentam algum grau de degeneração; e quando a faixa etária dos 70, 75 anos é analisada, o índice sobe para 80%. Em entrevista o ortopedista sergipano esclareceu pontos importantes sobre o diagnóstico e o tratamento.  

A osteoartrose é considerada um quadro de saúde degenerativo. “É importante esclarecer para o público as diferenças que há nessa área, como por exemplo, a osteoartrose é a degeneração da articulação, é o próprio desgaste, seja ele de forma natural ou precipitado por alguma enfermidade. A osteoartrite é a inflamação de uma ou mais articulações, causando dor e rigidez que podem piorar com o tempo devido ao avanço da idade. Já quando há osteoartrose severa, significa dizer que o desgaste articular se encontra irreversível ou impossível de retornar ao seu estado natural antes da doença, ou seja, é muito difícil voltar a ser o que era antes do desgaste”, informa Dr. Washington.  

O indivíduo precisa ficar atento aos sinais. “Os principais sintomas são dor, limitação de movimentos simples inicialmente, como sentar no chão com as pernas cruzadas, inchaço (edema), creptação (crek-crek), deformidades angulares, movimentos cada vez mais curtos, entre outros. Entre os impactos na qualidade de vida estão a limitação de suas atividades diárias, menor disposição nos afazeres,  irritabilidade (podendo levar a menor interação com pessoas e familiares em geral), desconforto nos extremos de temperatura, principalmente em climas frios, entre outras problemáticas”, destaca.  

O tratamento varia de acordo com a escola médica. “Se iniciado precocemente com diagnóstico e tratamento conservador precoce com medicações orais, exercícios configurados para cada paciente, dieta adequada para reduzir radicais livres e pró-inflamatórios como açúcares, condimentos, frutos do mar, carne suína, entre outros e o uso de soluções injetáveis personalizadas para cada grau de osteoartrose, além do uso de medicina regenerativa bem empregada a exemplo das células-tronco, plasma rico em plaquetas, etc, é  possível ter uma boa qualidade de vida. Já em casos mais crônicos (arrastados), podemos nos valer das neuromodulações, bloqueios periódicos e até da própria prótese nos casos de joelho, por exemplo”, detalha.  

As próteses de joelho são indicadas não somente por conta da dor, mas a principal indicação é para as deformidades angulares e limitações funcionais. “Sendo atingido este estágio cada vez mais distante diante do progresso na medicina atual, é preciso de um tratamento multidisciplinar com outras especialidades médicas e não-médicas, como profissionais endocrinologistas, reumatologistas, neurologistas, nutrólogos, psicoterapeutas, fisioterapeutas, educadores físicos, nutricionistas, fonoaudiólogos, ou seja, músculo forte, articulação saudável”, orienta.  

Evitar o surgimento da osteoartrose atualmente é impossível. “O que seria possível é retardar a evolução desde que o diagnóstico e o tratamento sejam iniciados precocemente, com educação continuada desde cedo”, finaliza.

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Fonte: Ascom

Foto: Divulgação