Chegar ao ápice na hora certa. Quem acompanhou as declarações das treinadoras da Ginástica Rítmica do Brasil leu ou ouviu algumas vezes afirmações com esse mesmo teor. Pois bem: na última competição antes dos Jogos de Paris, as brasileiras disseram, com resultados, o que foram fazer na etapa de Cluj-Napoca, na Romênia, da World Challenge Cup, um dos circuitos mais importantes da GR internacional.
Para se ter uma ideia, na competição de conjuntos, estão presentes na capital da província histórica da Transilvânia as fortíssimas equipes da Itália, Bulgária e Israel, entre outras.
E o Brasil não fez bonito, fez lindo. Conquistou a medalha de prata no geral, ao somar 71.850 pontos, postando-se atrás apenas da grande potência búlgara (73.650). Na série mista (3 fitas e 2 bolas), as brasileiras obtiveram a nota 34.100, que é simplesmente a maior já recebida pela Seleção comandada pela treinadora Camila Ferezin. Na série simples (5 arcos), o Brasil alcançou 37.750. Em ambas as apresentações, o conjunto brasileiro foi o terceiro da etapa de Cluj-Napoca.
As ginastas criaram uma espécie de mantra, que proferem em alto e bom som, segundo Camila: “gigantes, leoas, grandonas e sem medo”. E rugiram alto, em sentido figurado, na Romênia. O bronze coube a Israel (71.000).
“O Brasil chegou. É isso. Nós chegamos, estamos aqui, dissemos a que viemos. Muitíssimo importante esta medalha de prata no geral. E devo dizer que tivemos duas falhas graves, uma em cada série. Nos cinco arcos, perdemos o valor de uma colaboração, porque não foi realizada uma passagem de atleta por dentro do arco. Perdemos 0,80 aí. No misto, uma bola caiu no chão, e fomos penalizadas em 0,50. Tivemos nota alta no geral porque fizemos ajustes. Elevamos o grau de dificuldade na série de arcos. Colocamos na cabeça que, na Olimpíada, todos os adversários vão acertar tudo. E aí o que decidirá será o nível de dificuldade”, disse Camila.
Neste domingo, estão programadas as finais das séries. “É mais uma chance para zerarmos as falhas. É fazer as séries sem erros, esse é o nosso objetivo”, acrescenta Camila.
No Individual, Barbara Domingos alcançou final nos quatro aparelhos. Na soma deles, que é o critério para definição das posições e das donas de medalhas olímpicas, a brasileira encerrou a fase classificatória em sexto lugar (133.100).
Na sexta-feira, 12, a ginasta curitibana foi top-5 na bola, ao se classificar em quinto lugar, por meio da nota 33.400. No arco, outro belo desempenho: 34.200, o que lhe valeu a sétima posição. No segundo dia de disputas, este sábado (13), mais uma leva de ótimos resultados. Nas maças, o sexto lugar (33.250); na fita, o sétimo (32.250).
É a primeira vez, considerando-se as competições de primeiro nível com ginastas de todos os continentes, em que Babi registra uma performance tão homogênea, quando se olha para os desempenhos em todos os aparelhos. “Ela já competiu com três boas séries e alguma falha num ou noutro aparelho”, atesta Márcia Naves, a treinadora de Babi. “O nosso trabalho foi feito com mestria e competência. Nos Jogos Olímpicos, não basta ser especialista em um aparelho. A ginasta deve ser completa e estável nos quatro. É isso que trabalhamos e é isso que mostramos aqui”, finaliza Márcia.
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Fonte: CBG
Foto: Ascom / CBG
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