A vereadora do PSOL, Marielle Franco, 38, foi morta na noite de ontem, quarta-feira, 14, na Rua Joaquim Palhares, no Bairro Estácio, no Centro do Rio de Janeiro. De acordo com a perícia, nove tiros foram deflagrados contra o veículo e quatro atingiram Marielle na cabeça. Ela estava no banco de trás e voltava de um evento na Lapa.
Além de Marielle Franco também morreu o motorista Anderson Pedro M. Gomes, 39 anos. A assessora de imprensa dela foi a única sobrevivente do crime. O corpo da vereadora será velado na Câmara de Vereadores do Rio a partir das 15h.
Segundo a Polícia, a principal linha de investigação aponta para crime de execução. Os bandidos não levaram nenhum pertence das vítimas.
Luto oficial
A Câmara Municipal do Rio de Janeiro decretou luto oficial de três dias. Em uma de suas últimas falas no Plenário da Câmara, a vereadora ressaltou a resistência e a lutas das mulheres pela pauta do direito à vida e contra toda forma de opressão.
A Comissão OAB Mulher, da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Rio de Janeiro, manifestar pesar pelo assassinato da vereadora da cidade do Rio de Janeiro Marielle Franco por meio de nota. “Mulher, negra, defensora das causas LGBTI, nascida na comunidade da Maré, socióloga, mestre em Administração Pública pela UFF, presidente da Comissão da Mulher da Câmara dos Vereadores e quinta vereadora mais votada da cidade. Corajosa, aguerrida, honrada, admirável, incrível. Uma das mais notáveis lutadoras de nossa pauta nos dias atuais se foi. E parte de nossos corações se foi com ela”.
Apuração rigorosa
O Partido Socialismo e Liberdade – PSOL – em nota manifesta o pesar pela morte de Marielle e cobra apuração rigorosa. “Estamos ao lado dos familiares, amigos, assessores e dirigentes partidários do PSOL/RJ nesse momento de dor e indignação. A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta. Não podemos descartar a hipótese de crime político, ou seja, uma execução. Marielle tinha acabado de denunciar a ação brutal e truculenta da PM na região do Irajá, na comunidade de Acari. Além disso, as características do crime com um carro emparelhando com o veículo onde estava a vereadora, efetuando muitos disparos e fugindo em seguida reforçam essa possibilidade. Por isso, exigimos apuração imediata e rigorosa desse crime hediondo. Não nos calaremos!”
O presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, assim que tomou conhecimento do crime entrou em contato com a Chefia de Polícia para cobrar uma imediata e rigorosa apuração do crime. “A OAB/RJ não vai descansar enquanto os culpados não forem devidamente punidos. Os tiros contra uma parlamentar eleita e em pleno cumprimento do mandato atingem o próprio Estado democrático de Direito”, afirmou Felipe.
Em nota intitulada Justiça para Marielle Franco, a Anistia Internacional também pede uma investigação imediata e rigorosa do assassinato da vereadora e defensora dos direitos humanos. “Marielle Franco é reconhecida por sua histórica luta por direitos humanos, especialmente em defesa dos direitos das mulheres negras e moradores de favelas e periferias e na denúncia da violência policial. Não podem restar dúvidas a respeito do contexto, motivação e autoria do assassinato de Marielle Franco”, diz a nota.
Atos
Por todo o País estão sendo realizados atos públicos em repúdio ao assassinato brutal da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco.
Agenda
Aracaju
16h – Vigília – Câmara de Vereadores de Aracaju (Foto: PSOL Sergipe)
São Paulo
17h – MASP
Campinas
18h – Largo do Rosário
Salvador
10h – Tenda Sem Medo no Fórum Social Mundial
Brasília
11h – Anexo II da Câmara dos Deputados
Rio de Janeiro
17h – ALERJ
Belo Horizonte
17h – Praça da Estação
Recife
16h – Câmara de Vereadores
Curitiba
18h30 – Prédio Histórico da UFPR
Natal
17h – PSOL Natal
Amapá
16/03 (sexta-feira)
16h30 – Praça Veiga Cabral, Macapá
Vitória
17h – PSOL ES
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