Morre o Papa Francisco. O anúncio foi dado, com pesar, na manhã desta segunda-feira, 21, diretamente da Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, pelo camerlengo da Igreja, o cardeal Joseph Farrell, com as seguintes palavras:

“Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja.

Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados.

Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino.”

Última mensagem

Ontem, domingo, o Pontífice apareceu na sacada da Basílica de São Pedro para a mensagem de Páscoa Urbi et Orbi, deixando sua última mensagem para a Igreja e o mundo.

O texto, lido pelo Mons. Diego Ravelli, mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, ressaltou a Páscoa como festa da vida:

“Cristo ressuscitou! Neste anúncio encerra-se todo o sentido da nossa existência, que não foi feita para a morte, mas para a vida. A Páscoa é a festa da vida! Deus criou-nos para a vida e quer que a humanidade ressurja! Aos seus olhos, todas as vidas são preciosas! Tanto a da criança no ventre da mãe, como a do idoso ou a do doente, considerados como pessoas a descartar num número cada vez maior de países.”

Este anúncio de esperança ressoa hoje ainda mais forte enquanto vemos todos os dias os inúmeros conflitos que ocorrem em diferentes partes do mundo. “Quanta violência vemos com frequência também nas famílias, dirigida contra as mulheres ou as crianças! Quanto desprezo se sente por vezes em relação aos mais fracos, marginalizados e migrantes!”, escreve com pesar Francisco, que formula os seus votos:

“Neste dia, gostaria que voltássemos a ter esperança e confiança nos outros” e “a ter esperança de que a paz é possível!” O Santo Padre então elenca os vários países e regiões em conflito, a partir da Terra Santa, onde este ano católicos e ortodoxos celebram a Páscoa juntos, manifestando preocupação com o crescente clima de antissemitismo e definindo como “dramática e ignóbil” a situação humanitária em Gaza.

Em sua última mensagem, o Papa também fez seus apelos pela paz, que “não é possível sem um verdadeiro desarmamento”. O pedido do Pontífice foi para que os recursos disponíveis sejam utilizados para ajudar os necessitados, combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento. “Estas são as ‘armas” da paz: aquelas que constroem o futuro, em vez de espalhar morte!”, afirmou.

“Que o princípio da humanidade nunca deixe de ser o eixo do nosso agir quotidiano. Perante a crueldade dos conflitos que atingem civis indefesos, atacam escolas e hospitais e agentes humanitários, não podemos esquecer que não são atingidos alvos, mas pessoas com alma e dignidade.” Por fim, os votos de que neste ano jubilar a Páscoa seja uma ocasião para libertar os prisioneiros de guerra e os presos políticos.

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Fonte: CNBB

Foto: CNBB