O mês de março é marcado pela campanha Março Lilás, que tem como objetivo a conscientização e o combate ao câncer do colo do útero. Em alusão a este momento, a Lacise (Liga Acadêmica de Citologia Clínica de Sergipe), do Centro Universitário Estácio de Sergipe, promove no próximo dia 14 (quinta-feira), o Fórum de Prevenção ao Câncer do Colo do Útero. O evento será realizado no Auditório 1 da sede da instituição, em Aracaju, e contará com palestras pela manhã e à noite, gratuitas e abertas ao público externo.
“O fórum tratará dos principais assuntos sobre a neoplasia cervical”, explica Daniela Messias, docente da Estácio Sergipe e uma das orientadoras da Lacise. Além das palestras, a Lacise realiza também outras ações para divulgar iniciativas de prevenção e conteúdos relacionados ao câncer do colo do útero. “Ao longo do mês esperamos alcançar um número favorável de mulheres, através da promoção de atividades que contribuam para a prevenção do câncer de colo do útero e manutenção da saúde da mulher. Queremos promover este debate de forma aberta e acolhedora, esclarecendo as dúvidas que envolvem o tema”, acrescenta Daniela.
A programação completa do Fórum e as informações sobre como se inscrever podem ser conferidas em: https://www.sympla.com.br/evento/forum-de-prevencao-ao-cancer-do-colo-do-utero/2365755.
Visando o combate à pobreza menstrual, a organização estará arrecadando absorventes para doação durante o evento.
Importância da prevenção
O câncer do colo do útero é uma doença de evolução lenta que acomete, sobretudo, mulheres acima dos 25 anos. O principal agente desse câncer é o papilomavírus humano (HPV), transmitido principalmente através do sexo. O diagnóstico das lesões uterinas e da infecção pelo vírus é feito, inicialmente, por meio do exame de citologia do colo do útero, popularmente conhecido como Papanicolau. “Trata-se de um exame ginecológico usado para avaliar as células do colo do útero, sendo capaz de identificar alterações morfológicas nas células que podem indicar doenças uterinas, como inflamações, infecção pelo HPV e câncer. Ele é indicado para mulheres que já iniciaram as atividades sexuais”, explica Daniela Messias.
As principais formas de prevenção ao câncer do colo do útero são o uso de preservativo, a vacinação contra o HPV e a realização do exame preventivo. “Quando diagnosticado em estágios iniciais, o câncer de colo do útero possui alto potencial de cura”, explica Daniela.
De acordo com o professor Bruno Araujo, também orientador da Lacise, é preciso ainda considerar que “como praticamente todos os tumores cervicais são causados pelo vírus HPV, a vacinação é de suma importância para a prevenção.” Ela é destinada a meninas e meninos de 9 a 14 anos, com esquema de 2 doses com intervalo de 6 meses. “É importante receber as doses nessa faixa etária, pois a vacina tem uma eficácia maior em pessoas que nunca tiveram contato com o vírus”, explica o professor. A vacina disponibilizada pelo governo brasileiro protege contra os 4 tipos de HPV mais comuns: 6, 11, 16 e 18. Destes, apenas os tipos 16 e 18 são considerados de alto risco para o desenvolvimento de câncer. Se tomada corretamente, a eficácia da vacina na prevenção de lesões neoplásicas é de cerca de 99%.
Bruno explica, por fim, que “o exame preventivo permite que sejam descobertas lesões precursoras, ou seja, que ainda se tornarão cancerígenas. Assim, a paciente pode ser curada sem a necessidade de tratamentos mais agressivos como radioterapia, por exemplo. O exame é simples e não invasivo, ou seja, não será retirada uma porção de tecido como na biópsia. Apenas células superficiais serão coletadas com uma escova macia sem lesionar a mucosa”.
Mulheres que iniciaram a vida sexual devem realizar o exame anualmente. Após dois anos consecutivos sem demonstrar nenhuma lesão pré-cancerígena ou cancerígena, a paciente deve realizar o exame a cada 3 anos até completar 64 anos.
A incidência do câncer aumenta a partir dos 30 anos de idade atingindo seu pico entre 50 e 60 anos. “Isso ocorre muito por conta da redução na capacidade de defesa imunológica das pacientes a partir dos 30 anos. O HPV consegue então causar uma infecção persistente que pode levar ao câncer’’, explica Bruno.
“O exame pode ser realizado em postos ou unidades de saúde da rede pública que possuam profissionais capacitados para realizá-lo”, finaliza Daniela.
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Fonte: Estácio
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