Entrevistado nessa quinta-feira, 7 de novembro, no programa “Bom Dia, Ministro”, o titular da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, resumiu desta forma a relevância do ineditismo do G20 Social, evento que será realizado entre os dias 14 e 16 de novembro, no Rio de Janeiro, e que antecede a Cúpula de Líderes do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro na capital fluminense:
Para Márcio Macêdo, a realização de um evento prévio ao G20 com maciça participação popular, inserindo diretamente diversas camadas da sociedade nas discussões que serão realizadas no âmbito da Cúpula do G20, abre um precedente que pode significar um novo paradigma para as próximas edições do evento. “Se der certo, já deu, nunca mais vai ter G20 sem a participação do povo”, acredita o ministro.
África do Sul
Para reforçar esta tese, Macêdo inclusive revelou durante o programa que a África do Sul, próximo país-sede do G20, em 2025, anunciou que repetirá a proposta brasileira no ano que vem e também realizará o G20 Social. “A África do Sul decidiu que vai fazer o G20 Social. O G20 Social vai continuar, o que é, como diriam os Titãs, o nosso desejo, necessidade e vontade que possa seguir adiante”, revelou Márcio Macêdo. Relembrando que o G20 são 20 pessoas “definindo os destinos da humanidade, das populações, sem a participação do povo e da população. O Lula está chamando o povo para participar desse processo”, concluiu o ministro.
Mais de 770 veículos credenciados
Outro ponto que reforça a amplitude e o tamanho da expectativa em torno do G20 Social no Rio de Janeiro, também anunciado por Márcio Macêdo no programa, é o número de veículos de imprensa já credenciados para o evento. “Já são 774 veículos, tanto da imprensa brasileira como internacional. Vai ter o espaço da imprensa lá, várias autoridades vão falar no espaço da imprensa, tanto governamentais quanto autoridades dos movimentos sociais, autoridades científicas da academia, da ciência. Nós estamos muito esperançosos que vai ser um grande debate, uma oportunidade única de a gente poder fazer um debate amplo, rico, plural, respeitando as organizações do povo, a popularidade que é o movimento social, a autonomia dos movimentos, mas é uma oportunidade para a gente poder debater temas muito importantes que vão interferir na vida das pessoas”, reforçou o ministro.
Os interessados em participar do G20 social podem se credenciar para o evento no endereço g20.cadastro9.com.br.
G20 Social e Cúpula
Primeiro, é importante informar às pessoas o que é o G20. O G20 é a reunião das 19 economias mais potentes do mundo, dos países, mais a União Europeia e a União Africana. Então, essas 20 economias mais potentes se reúnem para definir temas importantes para serem aplicados nas populações no mundo inteiro. Esse G20 é presidido por um país ano a ano. Este ano a presidência é do Brasil. O G20 tem duas trilhas: a trilha geopolítica, coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores, que discute os temas políticos para serem abordados na cúpula dos chefes de Estado; e a trilha econômica, que é coordenada pelo Ministério da Fazenda, no caso aqui, Fernando Haddad. O que é que o presidente Lula faz? Ele, na prática, cria uma terceira trilha, que é o G20 Social. É algo inédito. O G20 Social chamou a população a participar do processo do G20. Porque o povo, no G20, tradicionalmente fica a 15, 10, 20, 30 quilômetros fazendo protesto. O presidente Lula convidou as populações desses 20 países para poder participar do G20.
Documento Síntese
O presidente Lula define três temas para serem abordados no G20: combate à fome, à desigualdade e à pobreza; enfrentamento às mudanças climáticas e por políticas de sustentabilidade e uma transição energética justa; e a nova governança global. No G20 Social, um documento vai ser entregue. Vai ter a discussão sobre esses três grandes temas e, ao final, no dia 16, terá um documento síntese que vai ser entregue ao presidente (Lula) e que será endereçado aos chefes de Estado. Um documento da visão do povo e dos movimentos sociais organizados sobre os temas que estão sendo propostos no G20.
Principais temas do G20 Social
O povo está preocupado com fome, as pessoas precisam superar essa chaga que assola o Brasil historicamente. Em quase dois anos, o presidente Lula tirou 24,8 milhões de pessoas da miséria absoluta e da fome. Ainda tem 8 milhões que nós temos que ir atrás. Uma outra preocupação são essas desigualdades. Tem preocupação do emprego, desse novo mundo do trabalho. Aparece a preocupação com as mudanças climáticas, aparece a preocupação com o meio ambiente. Isso é uma coisa muito presente. O emprego é uma coisa muito presente também. O que o Brasil está fazendo nesse momento é um capítulo importante da história do Brasil, da participação social que está sendo escrita. Muda a lógica completamente. Porque nunca mais os sócios bacanas vão decidir as coisas sem ouvir a população.
Programação do G20 Social
Até dia 12 antecipadamente (via site), mas até o dia 14 vai estar aberta a inscrição lá na hora. Tem feiras temáticas, tem participação nos debates… Primeiro, dia 14, às 9 da manhã, começam as plenárias autogestionadas. O que é isso? São plenárias gestionadas, coordenadas, pensadas e comandadas pelos movimentos sociais organizados. Vão ter mais de 250 plenárias autogestionadas. No dia 15, nós vamos fazer o debate dos eixos. Pela manhã, teremos as plenárias centrais, que são os grandes eixos: o combate à fome, à desigualdade e à pobreza; o enfrentamento às mudanças climáticas, por uma transição justa, energética justa; e a nova governança. Cada tema terá um ministro de Estado, terá um representante internacional do movimento social e terá um representante brasileiro do movimento social. E no dia 16 nós faremos o nosso grand finale, com uma plenária onde esse documento que está sendo trabalhado durante o ano inteiro, que vai estar sendo debatido e ouvindo as plenárias autogestionadas e as plenárias dos eixos, será apresentado na plenária final e aprovado por aclamação. Só entra o que é consenso. Acompanhe aqui a programação do G20 Social.
Feiras, festival e Cria G20
Paralelo ao que eu falei aqui dos debates dos eixos e das autogestionadas organizadas pelos movimentos, nós teremos o que estamos chamando de feiras. São 150 barracas espalhadas em todo o território do G20. Estamos chamando de três caminhos: tem o caminho do combate à fome, que serão os produtos alimentícios e agroecológicos; o caminho da sustentabilidade, que tem os artesanatos de todos os povos produzidos no nosso país; e também tem o caminho da cultura dos povos, que é a chamada feira literária, então terá lançamento de livros, terão exposição de livros, todos organizados pelas instituições e organizações dos movimentos sociais brasileiros. Será um ambiente muito rico de pluralidade no Espaço Território do G20 durante todos os três dias. E também terá à noite o Festival da Ação Global Contra a Fome, que serão artistas diversos que vão se apresentar, e também o debate dos influenciadores (CRIA G20), fazendo uma pegada mais da comunicação digital e autônoma da inteligência do povo brasileiro. Obviamente será um espaço aberto para toda a imprensa brasileira. Conheça detalhes do Aliança Global Festival e o CRIA G20.
Tributação de Super-Ricos
O ineditismo desse tema está presente no G20 e isso caiu no G20 Social como uma luva. Há um debate dos movimentos sociais muito intenso sobre isso, pela necessidade de abordar esse tema. O 1% dos ricos do planeta detém a maior riqueza do mundo. Os cálculos dão conta que 2% de taxação dos super-ricos pode resolver o problema de mais de 250 milhões de pessoas que passam fome ao redor do mundo neste momento. Então, esse é um tema urgente para ser tratado e a sensibilidade do presidente Lula e o seu compromisso com o enfrentamento à fome e à superação da miséria e da pobreza coloca o tema como central no G20 e virou central no G20 Social.
G20 e Amazônia
A Amazônia é sempre um tema muito importante, porque na Amazônia está a maior biodiversidade do planeta, o maior potencial de água doce da terra. Então, é um ativo biológico fundamental que tem que ser protegido, por um lado, e explorado de forma sustentável pelo outro. E como nós vamos realizar a COP30 no Brasil, em Belém, no próximo ano, o tema Amazônia, com certeza, será um dos temas protagonistas e será um pouco, essa parte do G20, uma prévia do que será a COP30 no Brasil.
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Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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