Texto, texto meu, existe um texto melhor que o meu?
Fabiano Oliveira [*]
O sonho de consumo de todo estudante é fazer uma redação impecável para o Enem. Muitas vezes, falta a ele orientação e hábito de leitura para tornar o texto algo prazeroso e não doloroso como é visto pelos discentes. A coluna “Língua, pra que te quero!? desta semana traz dicas para quem quer escrever bem e ficar entre os melhores na produção textual, seja no Enem, seja no cotidiano.
Os principais mecanismos para elaborar um bom texto argumentativo são o domínio da escrita formal, o uso de nomenclatura específica para ideias e conceitos, ausência de marcas de tempo, encadeamento de ideias e marcadores da tipologia argumentativa.
O produtor do texto (autor?) dissertativo tem por objetivo convencer o leitor/receptor das ideias utilizadas. Desta forma, o primeiro passo é conhecer o tema para que possa desenvolver o texto no processo de convencimento. É preciso deixar claro que argumentar não é informar e sim convencer por meio de ideias fortes baseadas em fatos. O produtor desempenha um papel semelhante ao advogado: terá de defender suas ideias baseadas em fatos, ora refutando, ora fundamentando.
“Sempre que sou indagado dos principais aspectos necessários para a produção de um texto argumentativo, costumo dar uma ordem não científica, mas, que funciona. Dominar a gramática, conhecer e compreender o tema, expor ideias, ter capacidade de síntese, desenvolver argumentos e posicionar-se quanto ao assunto são o passo a passo para quem quer fazer um texto impecável’. No entanto, antes de saber esta ordem é necessário que o aluno tenha, certamente, o mais importante mecanismo: o hábito de leitura de diversas tipologias textuais diferentes. Será esta leitura que fará com que o seu texto tenha informatividade, originalidade e funcionalidade para o leitor, no caso, o avaliador. A dica é ficar plugado nas discussões sociais, ler livros, revistas e fazer pesquisas em sites da internet. Conhecimento é poder na hora de escrever o texto.
Uma dica para quem quer se dar bem é construir textos sobre diversos temas para tomar intimidade com o processo de construção e não errar no que diz respeito à tipologia. Aconselha-se que elabore um roteiro com argumentos, perguntas e respostas sobre o tema. A introdução do seu texto pode ser feita a partir da seguinte pergunta em relação ao assunto abordado: O que penso sobre isso? Sem muitos detalhes apresente o tema.
No tocante, ao desenvolvimento perguntas como “Quais as causas disso?”, “Como posso provar isso?”,“Quais as consequências disso?”, “Como isso acontece?”, “De que forma posso realizar isso?” são a sua principal ferramenta para que possa tentar convencer o leitor. Essas perguntas levam a respostas que serão utilizadas como argumentos que defenderão seu posicionamento.
O último parágrafo fica destinado à própria opinião, hoje, denominada intervenção. A melhor pergunta para respondê-la é: Qual lição posso retirar do que foi dito? Quais as possíveis soluções e lembre-se de que nada é perfeito, ou seja, evite soluções com expressões como “para acabar com o problema”, pois, sabemos que nada será “totalmente acabado”, prefira “amenizar”, por exemplo.
A partir dessas orientações é que você irá organizar o seu texto. Lembre-se de que seu texto não é visto como “compacto”. Ele será corrigido observando competências e exige do candidato conhecimento e habilidade. Assim, se você tiver em dias com a leitura, dominar mecanismos de coesão e coerência e souber usar argumentos em prol da defesa, certamente, a resposta para a pergunta, “Texto, texto meu, existe um texto melhor que o meu?” será “não”, não existe um texto melhor que o seu. Abraço e até a próxima semana!
[*] É Especialista em Língua Portuguesa e Produção textual. Mestre em Linguística pela Universidade Federal de Sergipe, professor da Rede Estadual de Ensino e Especialista em Concursos. Contatos nas redes: Facebook: Fabiano Oliveira, Instagram: fabbiano_oliveira
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