O deputado estadual Iran Barbosa (PT) deu destaque, na quarta-feira, 19, à divulgação, depois de uma longa espera de quase dois anos, do relatório final da Comissão Estadual da Verdade “Paulo de Araújo Barbosa”. Por demora na produção do projeto gráfico e a edição textual, Sergipe acabou sendo o último Estado do país a fazer a divulgação oficial do documento, finalizado em agosto de 2019.
O relatório de 428 páginas foi organizado pela professora de Direito e doutora em Sociologia Andréa Dipieri Albuquerque Reginato e pelo historiador e especialista em organização de arquivos Gilson Sérgio Matos Reis, que também coordenaram toda a pesquisa, realizada entre 2015 e 2019, com o auxílio de vários servidores públicos, estagiários, pesquisadores e também por voluntários. O documento final foi produzido pela Segrase e foi publicado, por enquanto, em forma de eBook.
“Infelizmente, só agora houve a divulgação desse relatório, que reputo ser da maior importância para marcar a contribuição de Sergipe à memória e à verdade da história brasileira no que diz respeito no enfrentamento às ditaduras. Quero parabenizar a todos que estiverem à frente da elaboração desse documento e contribuíram, direta ou indiretamente, na sua formulação. Sergipe não ficou de fora desse trabalho, que foi desenvolvido em outros estados brasileiros”, enalteceu o parlamentar.
Iran aproveitou para informar que está apresentando um Requerimento para convidar a professora Andréa Dipieri e o historiador Gilson Matos Reis para apresentarem o relatório final da Comissão na Assembleia Legislativa de Sergipe.
“Esse relatório tem conteúdos muito importantes. Ele faz um resgate do Estado de Segurança Nacional e das estruturas de repressão política, em Sergipe, abrangendo uma cronologia que vai de 1946 a 1988”, disse.
O parlamentar apontou, ainda, que o relatório aborda outros temas, como os lugares de memória em Sergipe; faz reflexões sobre a violência de gênero vinculada à repressão; aborda a censura a diversões públicas; trata das punições políticas a opositores dos regimes, recaindo sobre outro tema, que trata das pessoas atingidas pela repressão política em Sergipe, apontando os sergipanos mortos ou desaparecidos, os perseguidos pela ditadura, entre cidadãos, militares, professores e estudantes, os políticos que foram cassados, os trabalhadores civis, os trabalhadores eclesiásticos, entre outras informações importantes.
“Mas há uma parte fundamental desse relatório que precisa se transformar em Plano de Trabalho para o Poder Executivo e também para nós, do Poder Legislativo, especialmente para os que integram a Comissão de Direitos Humanos: as suas conclusões e, principalmente, as suas recomendações. E quero apelar, desde já, para que o governo de Sergipe comece a dar o tratamento necessário para dar consequência a essas recomendações da Comissão da Verdade Paulo de Araújo Barbosa”, enfatizou.
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Fonte: Assessoria Parlamentar
Foto: Assessoria Parlamentar
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