A paralisação dos caminhoneiros começou na última segunda-feira, 21, em 25 Estados brasileiros. Os caminhoneiros protestam contra o aumento do preço do diesel e reivindicam redução da carga tributária. Desde o início, a categoria vem se mantendo unida e durante o movimento bloqueou diversas rodovias em todo o País, o que ocasionou o desabastecimento de inúmeros produtos, principalmente de combustíveis.
Só no quarto e no quinto dia de greve, quando a população já começava a sentir os reflexos mais intensos da paralisação, com o desabastecimento em postos de combustíveis, a escassez de produtos em centrais de abastecimento e supermercados, além de serviços essenciais como transporte, coleta de lixo, voos, entre outros que já começavam a ser afetados pela falta de insumos, é que o Governo tentou negociar.
A chamada para a negociação ocorreu na noite de quinta-feira, 24, mas sem unidade no acordo que foi assinado. E por causa disso, no dia seguinte a situação permaneceu a mesma, com os caminhoneiros parados nas principais rodovias brasileiras.
Uso das Forças de Segurança
Com o descumprimento do acordo, o presidente da República, Michel Temer, na tarde desta sexta-feira, 25, autorizou o uso das forças federais de segurança para liberar as rodovias. Ele também pediu aos governadores de Estado que fizessem o mesmo.
O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros – Abcam -, José da Fonseca Lopes, divulgou comunicado logo após o pronunciamento do presidente da República, pedindo aos caminhoneiros que retirassem as interdições das rodovias.
Segundo a nota da Abcam, o apelo foi feito em razão da preocupação com a segurança dos caminhoneiros envolvidos. No comunicado, o presidente da Associação também pede que sejam mantidas as manifestações de forma pacífica, sem obstrução das vias.
Não assinou acordo
“Já mostramos a nossa força ao Governo, que nos intitularam como minoria. Conseguimos parar 25 Estados brasileiros com mais de 504 interdições. Vale lembrar que a Abcam continua sem assinar qualquer acordo com o Governo e mantém o pedido de retirada do PIS/Cofins sobre o óleo diesel”, diz.
O comunicado ressalta ainda que “a culpa do caos que o País se encontra hoje é reflexo de uma manifestação tardia do presidente Michel Temer, que esperou cinco dias de paralisações intensas da categoria. Estamos desde outubro do ano passado na expectativa de sermos ouvidos pelo Governo. Emitimos novo alerta no dia 14 de maio, uma semana antes de iniciarmos os protestos. É lamentável saber que mesmo após tanto atraso, o presidente da República preferiu ameaçar os caminhoneiros por meio do uso das forças de segurança ao invés de atender às necessidades da categoria”, afirma a nota.
Foto: Sueli Carvalho
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