Em cidades e períodos do ano com grande incidência de chuvas é muito comum o aumento da proliferação de mofos, um fungo que evolui por meio de pequenos microrganismos que circulam pelo ar, geralmente em locais fechados, com baixa luminosidade e ventilação. Na estrutura das casas, mofo geralmente se aloja em tetos, paredes, mas também pode aparecer em armários, roupas, tapetes e outros locais que tenham condições favoráveis para seu aparecimento.

De acordo com o engenheiro civil Everton Durval Araujo da Cruz, docente do Centro Universitário Ages, a presença de mofo em uma construção pode ser causada pela má execução da estrutura ou qualidade discutível do material que deveria impermeabilizar a parede.

“Sim, o mofo é o crescimento de fungos em locais úmidos, com pouca claridade e sem ventilação. Numa construção, as paredes em contato com água ou umidade são os lugares propícios ao surgimento de mofo. E as falhas na impermeabilização dessas paredes facilita o aumento da umidade nesses locais e o surgimento dos fungos na casa”, explica.
Segundo o engenheiro, quando as construções ficam expostas às chuvas, que molham as paredes internas, seja por infiltração do telhado ou pela percolação (quando o bloco absorve água, tal qual uma esponja) do solo úmido, esse pode ser o primeiro grande gatilho para o surgimento do mofo. Já o segundo gatilho é a falta de ventilação: em poucas horas o mofo se espalha pelo ambiente.

Mas o especialista destaca que, em paredes de alvenaria, o revestimento adequado faz com que o mofo não se prolifere. Sendo assim, na parte externa, em contato com a chuva, o bloco deve ter impermeabilizante, reboco e massa acrílica, tinta acrílica ou textura acrílica, mas orienta que não pode ser utilizado gesso ou PVA (acetato de polivinila).

Já na parte interna, é possível utilizar revestimentos a base de PVA e gesso. “Então, podemos revestir o bloco na parte interna com impermeabilizante, reboco ou gesso e massa PVA ou tinta PVA. Com essas camadas de revestimento e o ambiente bem ventilado, os dois gatilhos principais não serão suficientes para a proliferação do mofo”, ressalta Everton.
O que fazer com o espaço já afetado pelo mofo?

O engenheiro frisa que o mofo não é uma sujeira, são fungos, microrganismos que transmitem doenças respiratórias, e são bastante resistentes, podendo ficar encapsulados por um longo período até que surjam condições favoráveis para sua proliferação novamente. Portanto, se o cômodo foi muito afetado pelo mofo, deve-se seguir os seguintes passos:

  1. Usar EPI próprio para evitar doenças e buscar ventilar o ambiente para o tratamento do local;
  2. Tratar o acúmulo da umidade do ambiente;
  3. Limpar a região afetada e remover todo o revestimento afetado pelo mofo, até o reboco;
    No entanto, se a zona afetada foi pequena, as orientações são as seguintes:
  4. Usar proteção adequada (óculos, máscara, luvas) e buscar ventilar o ambiente;
    2.Tratar o acúmulo da umidade do ambiente (se foi vazamento, infiltração, percolação);
  5. Limpar a região afetada e remover parcialmente a tintura afetada;
  6. Reparar a tinta, usando tinta antimofo.

“É importante reforçar que o mofo é um fungo, portanto não é qualquer produto que vai ser eficaz na limpeza, mas há produtos fungicidas que são facilmente encontrados em supermercados. Outro lembrete importante: não se deve misturar produtos de limpeza, pois são produtos químicos”, finaliza o professor Everton Durval Araujo da Cruz.


Fonte: Centro Universitário Ages

Foto: Ascom / Centro Universitário Ages