Desde a semana passada, a seleção brasileira de conjunto segue a rotina de treinamentos em Troyes, comuna localizada a 160 quilômetros da capital francesa.
A prioridade é a alteração da dinâmica de treinamentos, que foi introduzida com o objetivo de adaptação ao formato olímpico, bem diferente do cronograma estabelecido nas etapas da Copa do Mundo e no Mundial. Naquelas competições do calendário FIG (Federação Internacional de Ginástica), existe um intervalo considerável entre as execuções das séries simples e mista, não raro realizadas até mesmo em dias diferentes. O formato dos Jogos Olímpicos é mais compacto. Menos de duas horas separam as duas séries na programação. Isso reduz também o tempo de treinamento entre uma e outra, até mesmo porque nesse intervalo é necessário trocar collants.
“O sistema de competição dos Jogos Olímpicos é totalmente diferente de todas as competições durante o ciclo. Então, isso é um grande desafio tanto para as treinadoras quanto para as ginastas, porque muda tudo. É questão de minutos para se preparar entre uma e outra série. Caso não nos preparemos para essa vivência, para o que vamos enfrentar, para essa dinâmica específica, pode haver um efeito negativo na execução. Estamos nos preparando, seguindo à risca todo o roteiro dos dias de competição, repetindo os horários. E fico feliz por estarmos aqui fazendo essa aclimatação. A ideia é concluir a adaptação ao sistema olímpico de competição o mais rapidamente possível”, explicou a técnica Camila Ferezin.
Nos Jogos Olímpicos há só uma possibilidade de subida ao pódio. As três medalhas são atribuídas aos conjuntos que obtiverem os melhores resultados na prova geral, que é a soma das séries simples e mista. Nas competições costumeiras do calendário FIG, são atribuídas medalhas aos melhores na prova geral e também em cada uma das duas séries.
Os resultados alcançados em Portimão, Milão e Cluj-Napoca, compreendendo etapas dos circuitos Copa do Mundo e World Challenge Cup indicam que o Brasil tem boas chances de fazer bonito em Paris. O conjunto comandado por Camila obteve três medalhas de prata na prova geral naquelas disputas, realizadas em Portugal, na Itália e na Romênia, respectivamente.
“A gente tá na briga. Isso deixa a gente bastante motivada por ser cotada a ganhar uma medalha. Mas o foco não é nas medalhas. Nosso maior objetivo é cravar as quatro séries, as duas da classificatória e as duas da final. Se elas entrarem e obtiverem um ótimo desempenho, com certeza a medalha vai vir”, calcula Camila.
Bárbara Domingos também vem de retrospecto positivo. Representante do Brasil no individual, Bárbara Domingos também vem de resultados positivos em competições que antecederam os Jogos Olímpicos. Foi pela primeira vez às finais dos quatro aparelhos em Cluj-Napoca, na última etapa da World Challenge Cup antes de Paris 2024, e ainda levou o bronze na fita. Por ter sido realizada em data próxima aos Jogos, a competição na Romênia atraiu pelo menos a metade das ginastas que estarão em ação na disputa olímpica individual, nos cálculos da treinadora da atleta, Márcia Naves.
A jornada de Babi incluiu muitos obstáculos. A curitibana teve de superar lesões e o desapontamento por não ter obtido classificação para os Jogos de Tóquio. A virada ocorreu neste ciclo olímpico. Depois de tudo isso, a curitibana se diz pronta para viver o sonho de uma vida.
“A gente esperou muito por esse momento, é até difícil falar. A gente treinou, se dedicou muito. Por todos esses motivos, estar aqui é algo muito grandioso, muito realizador. Sempre foi meu sonho estar em uma Olimpíada. O objetivo era estar no individual. Viver esse sonho é uma sensação muito especial, não tenho nem como descrever. Estou extremamente feliz”, afirma Bárbara.
Márcia falou sobre a experiência na aclimatação em Troyes e reforçou que Babi está preparada para o maior desafio de sua carreira. “É muito legar estar com todas as ginásticas, todo mundo junto. É um clima muito legal, todo mundo acompanhando, todo mundo se incentivando, uma estrutura incrível, um clima olímpico mesmo. É muito bom viver desde já esse ambiente. A gente se preparou muito para estar aqui e chegou nosso grande momento. A Babi está pronta. Agora é ajustar o detalhe, do detalhe, do detalhe para ela estar bem no dia da disputa olímpica”, aponta a treinadora.
Programação da Ginástica Rítmica:
8 de agosto: Qualificações do individual geral
9 de agosto: Qualificações de grupo e final do individual geral
10 de agosto: Final do grupo geral
As competições de ginástica rítmica serão realizadas na Arena Porte de La Chapelle, de 8 a 10 de agosto de 2024.
Fonte: CBG
Foto: Ascom / CBG
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