Em pronunciamento durante sessão legislativa da Câmara Municipal de Aracaju, nesta quinta-feira, 23, a vereadora professora Ângela Melo (PT) lembrou os 47 anos da Operação Cajueiro, completados na última segunda-feira, 20 de fevereiro.
Enfatizando que esta foi “uma das mais violentas ofensivas do período da ditadura militar, que prendeu 25 sergipanos, torturou, processou militantes vinculados à esquerda em Sergipe e deixou conseqüências grave até hoje”, Ângela abriu o seu discurso com a leitura de um trecho do livro “A Tutela Militar em Sergipe – 1964/1984” do historiador Ibarê Dantas.
Em um dos relatos descritos no livro e reproduzidos pela parlamentar, é contado que “no quartel, segundo depoimentos de alguns deles, colocavam um capuz que pressionava fortemente os olhos com borracha, despiam-no e, algum tempo depois, vestiam um macacão. submetiam a exame médico, trancavam numa cela incomunicável, e realizavam os interrogatórios entremeados de torturas, cujo nível dependia do estado de saúde e da capacidade de resistência do indivíduo (uma das curiosidades dos inquisidores era detectar onde se realizavam as reuniões clandestinas, para respaldar a acusação). alguns que reagiram à prisão já foram recebidos debaixo de tapas. Quase todos teriam sofrido pancadas na cabeça, ‘telefones’, choques nas partes mais sensíveis do corpo, da língua aos testículos, bem como tentativas de afogamento, golpes na altura dos rins de ambos os lados do corpo, entre outras sevícias”.
A vereadora chamou a atenção também para a importância de transformação do relatório da Comissão Estadual da Verdade em livro, de modo a ser divulgado amplamente à população e utilizado em escolas e outros ambientes sociais e educacionais de Sergipe.
“Este é um relato profundamente triste, mas lembrar este fato, que completou 47 anos no dia 20 de fevereiro, é uma forma de dizer que ele não deve voltar a ocorrer jamais em nossa história. Por isso, ditadura jamais, democracia sempre!”, destacou.
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Fonte: Assessoria Parlamentar
Foto: Gilton Rosas / CMA
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