Nesta sexta-feira, 14, é comemorado o Dia Mundial do Café. A bebida é consumida por milhões de pessoas diariamente, seja pelo seu sabor ou pelo seu efeito estimulante. Segundo dados da Organização Internacional do Café (OIC), a média mundial de consumo da bebida é de cerca de 1,4 bilhão de xícaras diárias. No Brasil, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) estima que o consumo interno de café é de aproximadamente 22 milhões de sacas de 60kg por ano, sendo a segunda bebida mais consumida pelos brasileiros (atrás apenas da água). Entretanto, é preciso ter atenção aos efeitos do consumo do café para a saúde.
Segundo José Valter Costa Oliveira, professor do curso de Nutrição do Centro Universitário Estácio em Sergipe, o consumo moderado de café, que inclui a ingestão de 3 a 5 doses diárias (o equivalente a 150-300 mg de cafeína/dia, aproximadamente), não resulta em prejuízos para a saúde. “Vou tomar um café para despertar! Quem nunca ouviu alguém falar essa frase? Pois é. Essa fala tem respaldo científico. São observados efeitos comportamentais positivos após a ingestão de doses baixas a moderadas (entre 50 e 300 mg) de cafeína”, explica o professor.
De acordo com o especialista, a cafeína é o principal componente psicoativo do café, responsável pelos efeitos estimulantes. Dentre esses efeitos estão: melhora das funções cognitivas e psicomotoras, do estado de alerta, da capacidade de concentração, diminuição da sonolência e do cansaço. Já foi observado também que uma dose de 200mg de cafeína, após uma sessão de estudos, melhora a consolidação da memória do conteúdo estudado.
No entanto, o professor alerta que a última dose de café deve ser consumida por volta das 14h, já que a cafeína tem uma meia-vida plasmática média de até 7 horas, ou seja, esse é o tempo necessário para a metade da substância ingerida ser eliminada do sangue. “Isso significa dizer que a cafeína fica circulando no nosso sangue após a ingestão. Por isso, se você opta pelo consumo à noite, pode estar afetando a qualidade do seu sono”, ressalta. Oliveira ainda explica que altas doses de café podem levar a efeitos negativos, como taquicardia, insônia, ansiedade, tremores, dores de cabeça e náuseas. “Também é verdade que, em algumas pessoas sensíveis à cafeína, esses efeitos podem surgir sem mesmo ter ocorrido o consumo de elevadas quantidades de café”, acrescenta.
Outro ponto que deve ser considerado é que o café inibe a absorção do ferro não-heme (de origem vegetal). “Essa é uma situação relevante para a nutrição, em especial quando a bebida é consumida por pessoas com carência de ferro ou anêmicas. Estudos indicam que a ingestão de uma xícara de café logo após uma refeição pode reduzir em até 40% a absorção do ferro não-heme. Quando a bebida é ingerida junto com a refeição ou uma hora após, a inibição é a mesma”, alerta o professor.
Além desse efeito negativo, o nutricionista ressalta ainda que a cafeína, quando utilizada em excesso, pode deixar de ter o seu efeito energético. “Se você é do grupo de pessoas que recorrem ao café com frequência, após dias de noites mal dormidas ou não dormidas, a garrafa de café não vai te levantar. Não por muito tempo. Falta de sono, com sono se cura”, adverte.
Portanto, apesar de seus benefícios, é importante ter cuidado com o consumo exagerado do café e fazer uso dele de forma comedida. “Tudo nessa vida tem limite, inclusive os benefícios do café”, finaliza o professor.
———————————
Fonte: Estácio
Foto: Sueli Carvalho
Deixar Um Comentário