Ricardo Lazzari Mendes*
No Brasil tem crescido a demanda por comunidades planejadas, que são áreas que funcionam de maneira similar aos bairros tradicionais, mas que apresentam um melhor planejamento dos espaços públicos. Uma de suas principais características é unir a funcionalidade urbana com o bem-estar de seus moradores, diferentemente do que acontece em muitas outras localidades que se expandiram de maneira desordenada.
Entre os serviços essenciais e considerado uma prioridade nos projetos de desenvolvimento de comunidades planejadas, mas que em muitos lugares ainda é bastante negligenciado, é o de saneamento básico, fator indispensável para oferecer melhor qualidade de vida à população, além de ser um direito garantido pela nossa Constituição. Ou seja, se há tanta demanda por comunidades planejadas, temos aí um cenário favorável para o setor.
Com isso, reforça-se ainda mais o bom momento que as empresas de saneamento já estão vivendo nos últimos anos, especialmente após o decreto do “Novo Marco Legal”, que prevê até 2033 a universalização dos serviços de abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgoto. Desde então, o setor nunca movimentou tanto dinheiro no Brasil, abrindo portas para empresas que buscam um ambiente mais seguro e próspero para investir.
Tanto é que, pesquisa realizada pela consultoria Ernest & Young, em parceria com a Abdib (Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base), mostra que o maior interesse para investimentos no setor privado está justamente neste segmento, com 61,5% dos entrevistados afirmando que o saneamento deve ser o setor que deve receber o maior aporte de recursos nos próximos três anos, superando, por exemplo, energia e rodovias.
Por outro lado, as próprias empresas do setor também investem em soluções tecnológicas para oferecer o chamado saneamento inteligente ou 4.0, cada vez mais comum em projetos de comunidades planejadas. São avanços que permitem uma gestão mais eficiente de todo o processo, capaz de detectar rapidamente pontos de vazamentos em redes de água tratada ou de identificar entupimentos em redes de coleta de esgoto, entre tantos outros ganhos.
São muitos os benefícios que esses avanços trazem, mas não é apenas a sociedade que vive nessas comunidades planejadas que ganham com isso. Quanto mais as empresas investem em pesquisa e desenvolvimento, melhoramos cada vez mais a forma como fazemos uso da água e como o esgoto é tratado, procurando sempre reduzir os custos envolvidos nessas operações e, principalmente, os impactos causados ao meio ambiente.
As associadas APECS têm trabalhado e desenvolvido projetos e soluções integradas às comunidades planejadas com incremento de tecnologia, soluções baseadas na natureza (SBNs) e conexão plena aos ambientes planejados.
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(*) É coordenador do Boletim do Saneamento e presidente da Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente – Apecs
Foto: Divulgação/Ascom
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