Com a inflação em desaceleração nos últimos meses — subiu 0,26% em maio após uma elevação de 0,43% em abril —, a expectativa é que o Comitê de Política Monetária (COPOM), do Banco Central, não mexa na taxa Selic que, hoje, está em 14,75% ao ano. Na verdade, como havia projetado a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a tendência é que os juros básicos do País fiquem nesse patamar pelo menos até o fim do ano.

[TABELA 1]

Variação da taxa Selic (2023–2025)

Fonte: COPOM/Banco Central

Isso acontecerá não apenas pela inflação em geral — o IPCA acumulado de 12 meses está em 5,32% —, mas, principalmente, pela desaceleração dos preços do setor de Serviços. Esse é um indicador valioso da conjuntura econômica porque, em meio ao aumento da renda como consequência de um mercado de trabalho aquecido, é ele que aponta o quanto a economia está aquecida.

Para além disso, há uma defasagem de tempo entre a definição da taxa de juros e os efeitos, principalmente dos aumentos da Selic realizados no ano passado, que começaram a ficar evidentes agora. A recente valorização do real frente ao dólar também contribui para uma desaceleração inflacionária e pode justificar a manutenção da Selic na reunião desta semana.

Para a FecomercioSP, se o COPOM aumentasse a taxa agora, adotaria uma precaução excessiva. Entretanto, é importante enfatizar que essa manutenção da taxa básica de juros só é sustentável se o governo conseguir construir uma política fiscal mais equilibrada — o que não parece estar na agenda neste momento. Em meio às críticas generalizadas aos últimos pacotes apresentados pelo Executivo, há uma chance não desprezível da inflação voltar a subir nos próximos meses, forçando o COPOM a fazer novos ajustes.

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Fonte: FcomercioSP

Imagem: FcomercioSP