Com a pandemia de Covid-19 muitas pessoas têm adiado consultas, o que impacta na prevenção e tratamento de doenças graves como o câncer. A cirurgia robótica é uma grande aliada neste momento pandêmico, pois um dos seus principais benefícios é ser menos invasiva, ter recuperação mais rápida com menor tempo de internação, contribuindo para que o paciente possa voltar antes para o isolamento domiciliar, entre outros benefícios.
De acordo com os dados mais recentes, em 2019 o Brasil realizou 13.000 cirurgias robóticas, metade desse número foi apenas de cirurgias urológicas, principalmente para tratar câncer de próstata. O urologista e cirurgião robótico radicado em Aracaju, Dr. André Yoichi, explica como tem sido o procedimento em Sergipe.
Conforme o especialista, fazer cirurgia robótica na pandemia tem um desafio adicional. “A sociedade e o sistema de saúde estão tendo que superar este grande desafio imposto pela pandemia. Todos tivemos que enfrentar desafios e não foi diferente com as cirurgias em geral e as robóticas. Um dos desafios iniciais foi identificar estratégias para minimizar o risco de contaminação do paciente, da equipe cirúrgica e assistencial com a Covid-19 durante o seu internamento para a realização da cirurgia, identificar e criar critérios para definir quais cirurgias poderiam aguardar para serem realizadas ou que deveriam ser feitas mesmo no auge da pandemia. Além de enfrentar a superlotação dos hospitais, eventuais faltas de leitos de internamento para os pacientes operados. Neste contexto, a cirurgia robótica teve que se adaptar à realidade atual, porém como entre os benefícios desta modalidade de cirurgia está a redução do tempo médio de internação, ela passou a ser ainda mais valorizada, tanto pelos pacientes quanto pelas equipes cirúrgicas”, explica.
De acordo com o médico, a cirurgia robótica em Sergipe tem crescido. “Em todo lugar que o robô é instalado a tendência é de crescimento. No começo muitos não conheciam a tecnologia, mas com a facilidade do acesso à informação, e como muitos pacientes pesquisam sobre sua doença mesmo antes de procurar pelo médico, hoje observamos que muitas vezes já parte do paciente a vontade de ser submetido a cirurgia por via robótica quando ele sabe da necessidade da cirurgia como opção de tratamento”, afirma.
Segundo ele, no início da pandemia houve uma redução drástica no número de pacientes que procuravam os consultórios médicos. “Muitos não queriam realizar cirurgias nem ficar internados nos hospitais devido ao risco de contaminação por Covid-19. Porém depois de mais de um ano de pandemia e pela necessidade de seguir o tratamento, as cirurgias estão ocorrendo seguindo protocolos de segurança adotados para minimizar o risco de contaminação”, informa.
O médico disse ainda que o uso desta tecnologia já estava em expansão mesmo antes da pandemia devido aos benefícios que trazia para os pacientes. “Com a pandemia estes benefícios ficaram ainda mais interessantes, tanto para o paciente que tende a ficar menos tempo internado no hospital, além de contribuir com disponibilidade de mais leitos aos hospitais, reduzindo a taxa de ocupação. Com menores taxas de complicações também ocorre a redução do número de reinternações e visitas ao consultório médico, diminuindo, portanto, a exposição do paciente”, finaliza.
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Fonte: Ascom
Foto: Rodrigo Alves
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