Por Rosa Meire, De Salvador
O Pelourinho, bairro situado no Centro Histórico de Salvador, é o principal ponto turístico da capital fundada por Thomé de Souza, que completou, em março, 464 anos de história. O conjunto de arquitetura colonial barroca vem aos poucos, após a pandemia, recuperando o movimento, mas, embora distante de seu ideal, mantém para os visitantes, sua magia. “Estamos com um terço do nosso potencial turístico, que poderia chegar a três vezes mais”, constata Leonardo Régis, vice-presidente da Associação dos Comerciantes e Empreendedores do Centro Histórico – ACHE.
O bairro foi declarado patrimônio histórico pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – Unesco –, em 1985, quando reconheceu a importância do espaço como um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos, paisagísticos e urbanísticos do mundo, construído entre os séculos XVI e XIX. O espaço guarda tanto a memória dos processos de escravização de africanos, aprisionados, trazidos acorrentados em navios e sujeitos a castigos no Pelourinho; também abriga a primeira Faculdade de Medicina do Brasil, instituída em 1808.
Para fortalecer o turismo como atividade econômica, histórica e cultural, Régis adianta que a ACHE, em parceria com moradores, comerciantes e a Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria de Ordem Pública – SEMOP – e da Prefeitura Bairro, realizarão este ano festejos de São João diferenciados: “Iremos transformar o Pelourinho em uma Vila de Arte, com atrações voltadas à gastronomia, cultura e lazer, com o objetivo de gerar oportunidades de emprego e renda e, ao mesmo tempo, atrair o turista”, revelou.
Primeira Vez
“Estar aqui é uma sensação incrível, estou sem palavras!”, disse a estudante Sara Sandes, 17 anos, aluna do primeiro ano do ensino médio da Escola Estadual Bartolomeu de Gusmão, situada no município de Lauro de Freitas, litoral Norte de Salvador, que acompanhava na sexta, 20/5, a visita promovida pelo professor de geografia, Gylson Silva, da disciplina eletiva “Bahia de Todos”, recém-criada. No grupo de cerca de 50 alunos, como Sara também havia outros estudantes que visitavam pela primeira vez o Centro Histórico.
“É muito bom estar aqui pela escola, conhecer e levar as informações para outras pessoas que também não conhecem o Pelourinho. Infelizmente é muito triste nunca ter tido a oportunidade de vir a Salvador”, declarou Kleber Sena, que fez questão de expressar o seu sentimento. “Há os monumentos que a gente não conhece, alguns lugares importantes”, disse.
O professor Gylson Silva revelou que para o roteiro da visita considerou a importância histórica do Pelourinho, “onde nasce a Bahia”, a partir de alguns monumentos: a Catedral Basílica, a Ordem Terceira de São Francisco, a Igreja dos Pretos. “Nós partimos da premissa de que a melhor aula é essa aqui, a prática, para fugirmos apenas da teoria. Depois eles vão relatar em trabalho escrito, essas emoções”, informa.
Outra visitante, a baiana Eloane Neves, residente na Península de Maraú, estava acompanhada dos filhos, Francisco de 11 anos e Thomas, 10 anos. Ela contou que trouxe o filho mais velho para conhecer a terra natal, Salvador. Indagado se estava se sentindo um “soteropolitano”, ele confirmou: “Sim, sim! Feliz de estar em casa”, disse. Thomas, por sua vez, disse estar “feliz” com a visita e ter “gostado do suco de laranja e das pinturas do teto da Igreja de São Francisco”.
Os irmãos Maressa Eduarda e Edson Targino também se disseram “emocionados e felizes” com a visita. Originários de Campina Grande, na Paraíba, eles estavam impressionados com a arquitetura do Centro Histórico. “Salvador é uma cidade bem diferente. E todo mundo que não conhece, quer conhecer as suas belezas. Chegamos de Caravela”, completaram sorrindo.
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