A nadadora Carol Santiago, de 36 anos, conquistou a medalha de ouro nos 50m livre, na classe S13 (para atletas com deficiência visual), batendo o recorde paralímpico (26s82) e superando a sua própria marca anterior (26s87), alcançada nas eliminatórias da mesma prova nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. A recifense, inclusive, também é a detentora do recorde mundial (26s72).

A prata ficou com Anna Krivshina, do Comitê Paralímpico Russo, que fechou a final com 27s06. O pódio foi completado pela italiana Carlotta Gilli, que conquistou o bronze com 27s07.

“Estou muito feliz. É incrível estar aqui nesta competição tão importante. Sempre gostei de competir. Eu me senti bem desde o primeiro dia em que cheguei ao Japão. Estou emocionada. Tenho recebido muito carinho. Quando terminei a prova, soube que tinha ganhado porque ouvi o pessoal gritando o meu nome. Agradeço a todos pela torcida e pelos brasileiros que têm chorado e dado risadas com a gente”, disse a nadadora, que, na capital japonesa, já havia conquistado a medalha de bronze nos 100m costas da classe S12.

Este foi o nono ouro do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Tóquio – o terceiro na natação. Além de Carol, o Brasil subiu ao lugar mais alto do pódio com Alana (judô na categoria até 70kg), Mariana D’Andrea (halterofilismo na categoria até 73kg), Gabriel Bandeira (100m borboleta na classe S14), Wendell Belarmino (50m na classe S11), Silvânia Costa (salto em distância na classe T11), Petrucio Ferreira (100m rasos na classe T47), Yeltsin Jacques (5.000m da classe T11) e Wallace dos Santos (arremesso de peso pela classe F55).

Somando este pódio, o Brasil já conquistou 330 medalhas na história dos Jogos Paralímpicos. Além disso, o país chegou à 96ª medalha de ouro – faltando quatro para a 100ª.  Ainda são 117 de prata e 117 de bronze.

Histórico

Carol nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. Praticou natação convencional até o fim de 2018, quando migrou para o esporte paralímpico. Na seletiva brasileira de natação, em junho, Carol bateu o recorde mundial dos 50m livre.

Multimedalhista em mundiais e Jogos Parapan-Americanos, Carol já foi ouro nos 50m e 100m livre, além de prata nos 100m costas e no revezamento 4x100m livre 49 pontos no Mundial de Londres 2019. Também conquistou o ouro nos 50m livre, nos 100m livre, nos 100m costas e nos 400m livre nos Jogos Parapan-Americanos Lima 2019.

Segundo ouro do dia

E as alegrias para o Brasil não pararam por aí. Gabriel Geraldo brilhou e conquistou a segunda medalha de ouro para o país no dia ao vencer os 200m livre da classe S2, com o tempo de 4min06s52. O chileno Alberto Abarza (4min14s17) ficou com a prata e Vladimir Danilenko, do Comitê Paralímpico Russo, com o bronze. Bruno Becker (4min22s63), o outro representante brasileiro na prova, terminou na quarta colocação.

“Espero que esse seja o primeiro (ouro) de muitos outros. Era isso que eu queria. Foi para isso que eu vim. Consegui baixar o meu tempo, fiz o novo recorde das américas. Treinamos forte, estava tudo controlado, eu sabia o que fazer e o resultado veio. Não existe emoção maior”, comemorou Gabriel Geraldo.

Ao longo da prova, Gabriel optou por revezar estilos – o nado livre permite adoção de qualquer técnica. Nos primeiros 100m, o brasileiro nadou com a barriga virada para baixo. Dos 100m aos 150m, ele virou-se para cima e nadou costas. Por fim, fechou novamente de barriga para baixo.

Essa foi a segunda medalha de Gabriel Geraldo em Tóquio. Ele foi o primeiro medalhista do Brasil nesta edição dos Jogos Paralímpicos de Tóquio ao faturar a prata dos 100m costas, na classe S2.

Gabriel tem focomelia, doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas, e conheceu a natação por meio de um professor de Educação Física da escola onde estudava, nos Jogos Escolares de Minas Gerais – JEMG.

Entre as principais conquistas, além das duas medalhas em Tóquio estão o ouro nos 50 e 100m livre e bronze nos 50m costas e nos 50m borboleta nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019.

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Fonte: CPB

Foto:Ale Cabral / CPB