Em 2025, o Instituto Federal de Sergipe (IFS) – Campus Propriá passou a ofertar, pela primeira vez, cursos técnicos integrados ao ensino médio, atendendo à Lei nº 11.892/2008, que estabelece que ao menos 50% das vagas dos Institutos Federais sejam destinadas à educação técnica integrada. As novas turmas de Informática e Agropecuária representam a ampliação da oferta formativa da unidade e o alinhamento ao eixo prioritário da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.
Segundo o Censo Escolar 2023, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Brasil registrou cerca de 1,9 milhão de matrículas em cursos técnicos integrados ao ensino médio, sendo que mais de 60% dessas matrículas estão concentradas nos Institutos Federais. A expansão dessa modalidade está entre as metas da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), que tem incentivado a criação de novos cursos voltados às demandas regionais e aos arranjos produtivos locais.
A chegada de estudantes do ensino médio trouxe novas demandas pedagógicas, sociais e estruturais. A abertura do curso técnico em Agropecuária representa a concretização de um projeto institucional de longa data, vinculado à vocação agrícola da região do Baixo São Francisco, marcada por atividades como agricultura familiar, pecuária de leite e corte e piscicultura. A presença de perímetros irrigados e o apoio de instituições como a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) reforçam ainda mais a centralidade da atividade agropecuária na economia local.

Luciano Mendonça, diretor-geral do Campus Propriá, destaca que a construção desse caminho envolveu escuta ativa da sociedade: “As audiências públicas nos permitiram entender as vocações da região e planejar uma estrutura formativa que dialogasse com a realidade local. Desde o início, a comunidade fez parte dessa história”.
Planejamento
A definição dos cursos levou em conta essas audiências, realizadas ainda na fase de implantação do campus, com participação de lideranças locais, produtores rurais e instituições parceiras. Desde o início do ano letivo, a integração dos novos alunos tem sido pautada por ações de acolhimento e promoção do engajamento estudantil, com destaque para atividades que envolvem ensino, pesquisa e extensão. “Fizemos questão de que os estudantes percebessem, desde o primeiro dia, que pertencem a um espaço acolhedor e comprometido com sua formação completa”, reforça o diretor-geral.
Com apoio da Coordenação de Assistência ao Educando (COAE), o campus busca assegurar a permanência e o êxito dos estudantes. A atuação da equipe multidisciplinar — formada por pedagoga, psicóloga e assistente social — tem sido essencial na identificação de vulnerabilidades e na implementação de ações que fortaleçam a trajetória dos alunos.

O campus também tem promovido iniciativas extracurriculares que aproximam os estudantes da prática e da inovação, como oficinas de produtos fitoterápicos voltados ao uso veterinário e projetos de lançamento de foguetes com fins pedagógicos. Luciano Mendonça aponta que essas ações complementam a formação técnica com experiências que estimulam o protagonismo estudantil e o vínculo com a instituição. “Nosso compromisso vai além do currículo. Queremos formar jovens capazes de pensar criticamente, propor soluções e se envolver com o território em que vivem”.
O cenário aponta para um processo em consolidação. A expectativa da gestão é incrementar esse novo momento com melhorias estruturais e fortalecimento dos vínculos com a comunidade. “Estamos investindo na formação de jovens que serão protagonistas do desenvolvimento local, com base em uma educação pública, gratuita e de qualidade”, conclui Luciano Mendonça.
———————
Fonte: IFS
Deixar Um Comentário