Após mediação do Ministério Público Federal (MPF), a prefeitura de Porto Folha (SE) assinou na sexta, 11, acordo para restabelecer serviços públicos na aldeia Xokó, entre eles o Centro de Referência da Assistência Social Indígena (Cras), que havia sido fechado em fevereiro. As negociações para o acordo tiveram o apoio do Ministério Público do Estado de Sergipe (MPSE) e do Ministério Público de Contas (MPC).

O acordo foi firmado durante a etapa da Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco em Sergipe (FPI/SE), que está em sua 8ª edição. A demanda pela reabertura do Cras foi apresentada pelos indígenas durante visita dos coordenadores estaduais da FPI e instituições envolvidas na fiscalização à Terra Indígena, no último dia 2 de abril.

A procuradora da República Gisele Bleggi, responsável pelos processos ligados a populações Indígenas e Comunidades Tradicionais em Sergipe e co-coordenadora da FPI, explica que, a partir do conhecimento das demandas dos indígenas, atuou em parceria com os promotores de Justiça coordenadores da FPI/SE Aldeleine Barbosa e Sandro Costa e com o procurador-geral do Ministério Público de Contas do Estado de Sergipe e também coordenador da FPI/SE, Eduardo Côrtes, para obtenção de um acordo entre administração municipal e a comunidade indígena, e pacificação do conflito. Em contato com a prefeitura, e esclarecida a necessidade iminente de se colocar fim ao impasse, o ente municipal fez uma contraproposta, que foi aceita pela liderança Xocó.

“Houve a mudança de servidores públicos municipais na prestação de serviços da comunidade indígena. Todos os novos servidores eram integrantes do povo Xokó, mas a mudança não foi acolhida pela maioria da comunidade”, explica a procuradora. “Com o acordo, voltaram a atuar na aldeia os servidores afastados em fevereiro, que também são indígenas. As duas partes cederam em alguns termos e o acordo foi formalizado”, enfatizou Gisele Bleggi.

Abril Indígena – No último dia 1º de abril o MPF lançou a campanha “Povos que escutam a terra”. A iniciativa destaca a importância dos povos originários e do seu modo de vida tradicional para a preservação do meio ambiente e para o enfrentamento das mudanças climáticas. Mostra também como as comunidades indígenas sentem, de forma mais imediata, as consequências das alterações do clima, como a seca, as ondas de calor, as queimadas, a disseminação de doenças e o risco à segurança alimentar. Realizada pelo MPF anualmente, a mobilização buscar dar visibilidade aos direitos dos povos originários brasileiros e fomentar ações internas e externas para a proteção dessas garantias


Fonte: MPF/SE

Foto: Ascom/ MPF-SE