Foi aberta na manhã de hoje, dia 13 de maio, a Exposição 131 anos de Liberdade … Realidade ou Sonho?, no Arquivo Judiciário. A mostra é uma comemoração à abolição da escravatura no Brasil e expõe documentos judiciais que datam da época da escravidão, como cartas de alforria, livros de escrituras de escravos, processo referente a crime de homicídio, dentre outros, além de utensílios e objetos da cultura africana.
A Diretora do Arquivo Judiciário, Mônica Andrade, explica que, através da Divisão de Memória, foi selecionado dentre o acervo de inúmeros documentos guardados no Arquivo aqueles que reportam ao período da escravidão, a fim de homenagear a passagem pelos 131 anos da abolição.
“O Arquivo Judiciário dispõe de documentos que precisam ser publicizados porque aqui não estão guardados apenas documentos processuais, mas um acervo histórico de Sergipe. Temos vários documentos de todas as comarcas e essa exposição tem esse intuito de mostrar à sociedade toda essa riqueza que existe no Judiciário, documentos que mostram como Sergipe tratou a escravidão. Assim, preparamos uma programação que conta com palestras, apresentações culturais e a visita de várias escolas durante os primeiros dias da mostra”, explicou a Diretora do Arquivo.
O curador da exposição é o empresário Augusto José Viana, que morou no continente africano por 15 anos e detém em seu acervo pessoal uma coleção com mais de 1500 peças da cultura africana. “A finalidade dessa exposição também é divulgar a cultura africana, por isso, temos em exposição vários materiais, como esculturas, que foram coletadas do continente africano. Então existe nesta mostra uma parte didática significativa, que nos remota um outro olhar sobre esse continente, sobre sua cultura”, ressaltou o curador.
O presidente do Tribunal de Justiça de Sergipe, Des. Osório de Araújo Ramos Filho, prestigiou a abertura da mostra e refletiu sobre a importância do Arquivo Judiciário como um guardião da memória.
“Esse é um trabalho extraordinário. O Arquivo tem muito a ser conhecido, a ser visto, parte da nossa história está neste prédio e precisa ser publicizado. Por isso essa Casa abre as portas a jovens da rede de ensino para conhecerem essa exposição e a todo público sergipano, porque aqui tem história viva, que pode ser difundida para todo o Estado de Sergipe”.
A apresentação cultural do primeiro dia da exposição foi realizada pelo artista Wilton Santos que, com trajes específicos da cultura africana, dramatizou a vivência do negro no Brasil. Ele destacou a representatividade da exposição temática em homenagem aos 131 anos de abolição da escravidão. “Vimos retratados aqui um pouco do sofrimento, mas também da arte africana; a resistência, mas também a realidade. Retrata também a contribuição dos nossos irmãos negros na sociedade brasileira, por isso parabenizo o Tribunal de Justiça”.
Um dos documentos expostos é um mandado com termo de apreensão e sequestro do escravo Francisco de Nação Angola, que foi capturado pelo Capitão do Mato José da Costa Azevedo e arrematado em praça pública pelo Tenente Caetano Pereira Leite. O documento data de 22 de janeiro de 1827. A exposição, que ocorre até o dia 31 de maio, conta também com objetos de tortura cedidos pelo Museu Afro-Brasileiro, da cidade de Laranjeiras.
Fonte: TJSE
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