Trabalhadores de Sergipe levantaram a voz contra a Reforma da Previdência que o Governo Bolsonaro protocolou no Congresso Nacional na manhã desta quarta-feira, dia 20. Em Aracaju, a Assembleia Estadual da Classe Trabalhadora lotou a Praça General Valadão de manifestantes contra a nova tentativa de acabar com a aposentadoria do trabalhador brasileiro. Em todas as capitais do País, trabalhadoras e trabalhadores ocuparam as ruas em defesa da aposentadoria e contra a perda de direitos.

Diferentes categorias profissionais reunidas em Aracaju votaram a favor da luta sem trégua contra a Reforma da Previdência do Governo Bolsonaro. A atividade foi construída pela Central Única dos Trabalhadores – CUT/SE -, CTB, UGT, Conlutas e por militantes da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo.

A Assembleia Estadual da Classe Trabalhadora aprovou um calendário de manifestações que vão denunciar como a população brasileira que trabalha e contribui com a previdência será prejudicada pelo projeto do Governo Bolsonaro.

Calendário de Lutas

No dia 1º de março, o bloco carnavalesco de protesto Siri na Lata ocupa as ruas de Aracaju para denunciar o novo pacote de maldades chamado de Reforma da Previdência. O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, será marcado por protestos para mostrar como a mulher trabalhadora será duramente prejudicada pela Reforma da Previdência. Para o dia 14 de março, foi aprovado o Ato Unificado dos Servidores Estaduais.  E no dia 7 de abril, haverá o protesto ‘Lula livre e Mariele vive’ para denunciar a prisão política do ex-presidente Lula, preso sem provas para não concorrer às eleições e outro crime político contra a democracia brasileira: o assassinato da vereadora Mariele e de seu motorista Anderson, crimes que continuam impunes e sem resposta. No entanto, entre todas as organizações presentes no protesto, o PSTU não concorda com esta última agenda e não vai participar do protesto.

Segundo o secretário de Formação da CUT/SE e vice-presidente do Sintese, Roberto Silva, o desmonte do Estado, os ataques contra a Previdência estão relacionados às ofensivas contra a democracia brasileira. “’Lula livre e Mariele vive’ é uma bandeira importante na luta em defesa da democracia. Está claro que a democracia no Brasil está em risco. Portanto é fundamental que os trabalhadores compreendam que a prisão política de Lula é um ataque à democracia, assim como o assassinato da vereadora Mariele, que não foi esclarecido, é um ataque ao movimento social, à esquerda deste país que luta por direitos sociais e por direitos humanos. O novo projeto de Reforma da Previdência é apresentado por este governo de ultra direita inaugurando uma nova fase do golpe contra a democracia brasileira. Foi preciso prender Lula sem provas, com o apoio do Judiciário e de parte do Legislativo para eleger um governo de ultra direita que atenta contra os direitos dos trabalhadores e contra a democracia. Por isso é urgente reconstruir a nossa democracia, barrar a Reforma da Previdência e barrar o desmonte do Estado brasileiro”.

Todos contra a Reforma da Previdência

O presidente da CUT/SE, Rubens Marques, o professor Dudu afirmou que durante a semana houve mobilização de trabalhadores e distribuição de 40 mil panfletos que chegaram a 30 municípios sergipanos. “Estamos dialogando com a população sergipana e muitos trabalhadores já admitem que deram ‘um tiro no pé’ votando em Bolsonaro. A classe trabalhadora já percebeu que a pauta do governo é a pauta dos ricos. E para a classe trabalhadora é só retirada de direitos. Por isso hoje elegemos a Reforma da Previdência como nosso principal foco de combate e resistência”, ressaltou.

O presidente da CUT/SE trouxe informações divulgadas na Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora realizada em São Paulo no mesmo dia. “A CPI da Previdência apontou um rombo de R$ 120 bilhões ligado à desvinculação de receitas da união. Perdemos R$ 300 bilhões de sonegação, que é diferente de dívida e só acontece porque o governo federal sucateou os órgãos de fiscalização. Ainda tem a já conhecida dívida de r$ 450 bilhões, é o que a classe dominante deve e não vai pagar. O governo também não está preocupado em cobrar”.

Na luta contra o desmonte do estado brasileiro com foco principal na previdência, Dudu também citou a defesa da Fafen. “Vamos cobrar uma audiência com o governo e com deputados federais para que eles se comprometam com Sergipe. Compromisso com Sergipe é defender a Fafen e votar contra a Reforma da Previdência”, adiantou.

Agricultor e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Aquidabã, Alberto Marques declarou que o trabalhador rural está muito preocupado com a proposta da reforma da previdência de Bolsonaro. “Quando chegar a idade de se aposentar, a maioria dos trabalhadores rurais não vai estar vivo, porque o nosso trabalho embaixo do sol é muito degradante, por isso é bem mais cedo que nós perdemos nossa capacidade de trabalho”, frisou.

Em todo o Brasil, a reprovação da classe trabalhadora à Reforma da Previdência foi imediata. Além de votar contra o projeto que ataca o direito à aposentadoria, trabalhadores de todo o Brasil construíram em cada Estado calendários de luta sinalizando que não falta fôlego para esta luta e deixando claro que a resistência contra a Reforma da Previdência está só começando.

 

Fonte: CUT/SE

Foto: CUT/SE