Quem ganha com a invisibilização da população negra? Quem ganha com a não consciência da história desse país? Quem ganha, quem perde, como perde e o que perde com o racismo? Por que precisamos do Dia da Consciência Negra? Consciência negra é só pra negros?

Foi a partir dessas provocações que membros do Grupo de Trabalho Psicologia e Relações Interétnicas, GT que integra a Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia de Sergipe (19ᵃ Região), organizaram a roda de conversa “Consciência Negra e Psicologia: Como aproximar?”. O evento, gratuito e aberto ao público, acontece no dia 23 de novembro de 2018, às 16h, na sede do CRP19, localizado na Rua Osvanda de Oliveira Vieira, 128, no Bairro Pereira Lobo, em Aracaju.

De acordo com Joana dos Santos, coordenadora do GT, o objetivo do encontro é discutir e construir, coletivamente, um entendimento da relevância da consciência negra no campo do saber e da prática do profissional da Psicologia, bem como apontar ações necessárias para a manutenção das conquistas do povo negro e os desafios a serem vencidos.

“O racismo tem ganhando contornos flagrantes e alguns setores ameaçam a se rebelar contra o feriado que é marcado como data antirracista pelos Movimentos Sociais. Há cidades, inclusive,  que o revogam sem o menor constrangimento e escolas que produzem uma semana da consciência negra estereotipada, sem reflexão crítica”, explicou.

No entendimento da psicóloga, o evento alusivo ao Dia da Consciência Negra, comemorado dia 20 de novembro, é uma oportunidade para refletir e debater a libertação dos escravos. “Essa data é uma crítica ao 13 de maio, dia oficial da libertação dos escravos. Alforria meramente burocrática que não livrou a população negra das mazelas sociais. Precisamos tirar nossa nação das trevas da injustiça racial”, completou.

Para o conselheiro vice-presidente do CRP19, Baruc Correia Fontes, presidente da Comissão de Direito Humanos, essa discussão favorece a aproximação da temática das relações raciais e exclusão do negro na sociedade com a psicologia, com o que fazer da nossa práxis psicológica.  “Esse debate é importante para categoria e  para estudantes que estão em formação. Além disso, a temática perpassa, de maneira muito próxima, dos direitos humanos. Os negros integram grupo minoritário, vulnerável e, extremamente estigmatizado, estereotipado.  Esse assunto merece toda discussão possível no sentido de demarcar a luta pela eliminação do racismo, do preconceito e da discriminação racial”, concluiu.

 

Fonte: CRP19

Foto: CRP19