Começou no sábado, 13, e segue neste domingo, 14, em Laranjeiras, Sergipe, a festa Lambe-Sujos e Caboclinhos. O evento reúne todos os anos milhares de pessoas de diversos Estados do País.
A programação deste domingo começou de madrugada, às 3h, com a concentração em frente à casa do mestre do Lambe-Sujo, seguida de alvorada pelas ruas da cidade. Às 9h30, aconteceu a formação e produção dos componentes dos grupos, que foram pintados de negros e caboclos e seguiram para receber a bênção do padre.
Às 11h, acontece a feijoada na casa do rei, seguido do cortejo dos reis e participante dos grupos às 14h, o combate e roubo da rainha na Quaresma, às 16h, tendo o encerramento da festa marcado para as 17h.
A Batalha
A tradicional Batalha dos Lambe-Sujos e Caboclinhos representam as perseguições e combates entre negros e índios dominados pelos senhores de engenhos no período do Brasil Colonial. O combate se baseia em um acontecimento histórico, em que índios a mando dos capitães do mato dos engenhos perseguem os negros escravos fugidos para serem aprisionados.
O combate dos grupos tem como principal tema, a luta dos negros pela liberdade. A encenação do duelo entre os grupos consiste em um episódio de destruição do quilombo feita pelos caboclos para capturar a rainha que foi sequestrada pelos Lambe-Sujos. Ao final do combate os caboclinhos conseguem resgatar a rainha e saem vitoriosos.
Este combate entre Lambe-Sujos e Caboclinhos é considerado a maior manifestação de teatro espontâneo ao ar livre do Estado de Sergipe e de todo o Brasil, visto como Patrimônio Nacional Cultural.
Formação dos grupos
O grupo dos Lambe-Sujos é formado por meninos e homens totalmente pintados de preto, usando uma mistura de tinta preta e melaço de cana-de-açúcar (cabaú) para ficar com a pele brilhosa. Eles usam shorts e um gorro de flanela vermelha. Nas mãos, uma foice, símbolo de luta pela liberdade. Fazem parte do grupo o rei, o príncipe, Pai Juá e Mãe Suzana, representando uma escrava negra.
Junto com os Lambe-Sujos se apresentam os Caboclinhos, que pintam o corpo de vermelho e usam indumentária indígena, a exemplo de enfeites de penas, cocar e flechas nas mãos.
* Com informações da Prefeitura Municipal de Laranjeiras
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