Após receber os chefes de Estado para a abertura do encontro do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez breve discurso na cerimônia oficial, sacramentando o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
A Aliança nasce com 148 membros fundadores, incluindo 82 países, a União Africana, a União Europeia, 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras internacionais e 31 organizações filantrópicas e não-governamentais. Inovadora, pretende acelerar esforços globais para erradicar a fome e a pobreza. Entre os anúncios e compromissos estão o objetivo de alcançar 500 milhões de pessoas com programas de transferência de renda em países de baixa e média-baixa renda até 2030.
Lula afirmou estar confiante no sucesso da iniciativa, proposta pelo Brasil, desde que as nações e instituições que aderirem tratem o tema como prioridade. O presidente brasileiro citou como demonstração desse potencial de sucesso o fato de que 81 países, dois blocos regionais, a União Africana e a União Europeia, e 64 organizações financeiras e não governamentais já terem aderido ao projeto.
“A fome a pobreza não são resultado da escassez e fenômenos naturais, é expressão biológica dos males sociais, é produto de decisões políticas que perpetuam a exclusão de grande parte da humanidade”, disse Lula, citando o sociólogo brasileiro Josué de Castro (leia discurso completo logo abaixo).
O presidente ainda destacou que há 733 milhões de pessoas que sofrem de fome no mundo, o equivalente à soma de populações de Brasil, México, Alemanha, Reino Unido, África do Sul e Canadá.
Aliança Global
A missão da Aliança é clara: até 2030, visa erradicar a fome e a pobreza, reduzir desigualdades e contribuir para parcerias globais revitalizadas para o desenvolvimento sustentável. Prioriza transições inclusivas e justas, garantindo que ninguém seja deixado para trás.
A Aliança opera por meio de três pilares principais — nacional, financeiro e de conhecimento — projetados para mobilizar e coordenar recursos para políticas baseadas em evidências adaptadas às realidades de cada país membro.
Além disso, a Aliança realizará Cúpulas Regulares Contra a Fome e a Pobreza e estabelecerá um Conselho de Campeões de Alto Nível para supervisionar seu trabalho. Um órgão técnico enxuto e eficiente, o Mecanismo de Apoio da Aliança Global, será sediado na FAO, mas funcionará de forma independente para fornecer suporte estratégico e operacional, incluindo a promoção de parcerias em nível nacional para implementar iniciativas de combate à fome e à pobreza.
O Brasil se comprometeu a financiar metade dos custos do Mecanismo de Apoio até 2030, com contribuições adicionais de países como Bangladesh, Alemanha, Noruega, Portugal e Espanha.
Embora o G20 tenha sido a plataforma de lançamento para essa iniciativa, a Aliança agora funcionará como uma plataforma global independente, com o apoio de futuras presidências do G20.
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Fonte: Agência Gov
Foto: Ricardo Stuckert
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