Com as férias escolares, é comum que as crianças fiquem entediadas com o tempo livre e os pais ou responsáveis acabem cedendo ao uso de telas. Contudo, mesmo reconhecendo que o uso de recurso digitais educativos podem auxiliar no processo de aprendizagem, além de entreter a criança em momentos de lazer, estudos recentes, especialmente na área da neurociência, deixam claro que o uso excessivo das telas digitais na infância pode prejudicar a saúde, comprometendo o desenvolvimento cognitivo.
Considerando que a nova geração nasceu imersa na tecnologia e que os meios de diversão muitas vezes são os digitais, haja criatividade para mantê-los entretidos até a volta às aulas. Pensando nisso, a pedagoga Josefa Risomar Oliveira Santana Rosa sugere algumas alternativas para ajudar os pais na tarefa de ocupar o tempo ocioso das crianças.
“Uma das principais razões do excesso de telas é a ausência de propostas de interação, sendo a primeira a ausência de interação com a família. A família precisa se reunir, ter programas juntos, mesmo que breves, faz uma diferença enorme no desenvolvimento saudável da criança. Essa interação possibilita um elo para conversas sobre diferentes temas em todas as fases, inclusive na adolescência. Construir combinados em que se estabeleça limites e horários para o uso das telas. Dessa forma, podemos incentivar o senso de responsabilidade e compromisso”, explicou a especialista, que também é docente do Centro Universitário Ages, instituição pertencente ao Ecossistema Ânima.
Quais brincadeiras podem ser feitas com as crianças?
Segundo Josefa Risomar, é preciso investir em brincadeiras interessantes, divertidas e antigas, que não estejam atreladas às telas digitais e de acordo com a faixa etária, a exemplo de jogos de tabuleiro.
“Uma outra proposta é envolver as crianças em tarefas como cozinhar, limpar ou organizar, transformando-as em atividades divertidas. Pode fazer matrícula da criança em atividades extracurriculares, como aulas de esportes, artes, música, dança, onde possam interagir com outras crianças e aprender algo novo”, completa.
Há ainda a alternativa, segundo a professora, de promover passeios ao ar livre, explorando a natureza, fazer a observação de pássaros ou plantas e promover atividades como piqueniques ou caças ao tesouro. Além disso, os pais podem proporcionar momentos de leitura para as crianças ou incentivar que leiam por conta própria.
“Planejar atividades diferentes, como acampamentos na varanda, sessões de cinema com pipoca, noites de jogos em família ou festas temáticas. O território do brincar não tem limites e depende do gosto e disponibilidade. O importante é criar momentos de interação e diversão entre pais e filhos, valorizando o tempo de qualidade juntos”, reforçou Risomar.
Existe alguma recomendação sobre o tempo de telas?
Um documento publicado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sugere os limites saudáveis do tempo de uso de telas pelas crianças, de acordo com a faixa etária. Confira:
Crianças menores de dois anos: não deve haver contato com telas ou videogames. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) desaconselha o uso de telas por parte de bebês: “O olhar e a presença da mãe/ pai/família é vital e instintivo como fonte natural dos estímulos e cuidados do apego e que não podem ser substituídos por telas e tecnologias”;
Crianças de dois a cinco anos: no máximo até uma hora por dia;
Crianças dos seis aos 10 anos: recomenda-se a utilização de uma a duas horas por dia;
Dos 11 aos 18 anos: nessa fase da vida, é indicado o limite de duas a três horas por dia.
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Fonte: Centro Universitário Ages
Foto: Pixabay
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