Sergipe deve sediar o maior parque de geração de energia fotovoltaica do Brasil e segundo maior da América Latina. O empreendimento, iniciativa da Enesf – Energias do São Francisco, irá ocupar uma área de três mil hectares no município de Canindé de São Francisco, com capacidade para gerar 1152 MW de energia. Na última sexta-feira, 12, os engenheiros responsáveis estiveram na Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), a fim de esclarecer dúvidas técnicas relativas ao projeto.

Durante a reunião solicitada pelo órgão como procedimento administrativo anterior à audiência pública, o engenheiro eletricista Liu Ming, da Nova Engevix, apresentou o projeto básico da engenharia. “Procuramos uma região que tivesse uma potencialidade em termos de qualificação de terras, geomorfologia e irradiação solar desejável. Após as análises, através de softwares, para mensurar qual seria o casamento perfeito entre a topografia do terreno, cobertura regional e irradiação solar, identificamos que o lado oeste do estado de Sergipe está entre as melhores áreas nesses termos”, explica, Ming. Liu Ming tem 30 anos de experiência e já atuou em diversos projetos energéticos, como o da Usina Hidrelétrica de Itaipu, maior geradora de energia do mundo.

Tatiane Feitosa: estudos já foram entregues à Adema

Quanto ao licenciamento ambiental da usina, Tatiane Feitosa, engenheira ambiental da GA Ambiental, esclarece que os estudos já foram entregues à Adema. “O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental são documentos complementares no processo de licenciamento e tem como função apresentar um diagnóstico da área em que o empreendimento será instalado. Por meio desses estudos, nós conseguimos estabelecer medidas para compensar e atenuar impactos dentro do que prevê a Política Nacional do Meio Ambiente. Nossa vinda hoje à Adema teve o propósito de dialogar com técnicos e sanar eventuais dúvidas”, destaca Feitosa.

“O próprio projeto da usina fotovoltaica, ambientalmente falando, é um projeto de energia limpa se comparado a termelétrica, a hidrelétrica, por exemplo. Quase não tem uma poluição impactante, não gera resíduos, tem baixo impacto, é ambientalmente correto e gera energia extremamente renovável, pois tem o sol como matéria-prima”, explica Gabriela Almeida, consultora ambiental e CEO da GA Ambiental.

Gabriela Almeida: “projeto da usina fotovoltaica, ambientalmente falando, é um projeto de energia limpa se comparado a termelétrica, a hidrelétrica, por exemplo”

Sobre a reunião, Lucimara Passos, diretora técnica da Adema, explica que o intuito foi ter uma percepção mais próxima do que consiste o empreendimento, para que a equipe técnica pudesse se aproximar dos analistas ambientais e dos empreendedores. “É um novo procedimento que torna a análise do EIA mais eficaz”, esclarece. A próxima ação do órgão deve ser a finalização do cronograma com a previsão da audiência pública.

A Usina Fotovoltaica Canindé de São Francisco foi oficialmente apresentada ao governo estadual em 2019 e tem previsão de conclusão em 2030, com a instalação de aproximadamente 2.280.000 placas solares. No entanto, a execução do projeto será desenvolvida em quatro etapas e a medida que cada uma delas for concluída, o Sistema Interligado Nacional – SIN – já será alimentado com a energia elétrica produzida. A primeira etapa da Usina Fotovoltaica Canindé de São Francisco deve ser concluída em 2026 e tem o potencial de gerar quase mil oportunidades de emprego de maneira direta e indireta.

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Fonte: Ascom

Fotos: Ascom