Gildeci de Oliveira Leite — Escritor, Sócio do IGHB (Instituto Geográfico e Histórico da Bahia), PPGEL/MPEJA – UNEB
Mais uma vez estamos comprovando a capacidade que tem Jorge Amado de internacionalizar a Bahia e alguns de seus modos de ser e de estar no mundo. Este é terceiro ano consecutivo do Webinário Estudos Amadianos e novamente recebemos produções de diversos estados brasileiros, além de colaborações da Itália, França e Estados Unidos da América. O apaló — contador tradicional —, e também orókin — historiador oficial — é sempre uma fonte inesgotável de possibilidades interpretativas. Com Jorge Amado podemos discutir, desde a yorubaianidade — conforme definida por Félix Ayoh’OMIDIRE — ou aquilo que conceituei como literatura de axé, passando por aspectos de nossos sertões, sem esquecer de outras diversas identidades e aspectos de nossa cultura.
Sim, a obra de Jorge Amado não é um necessário conjunto de teses sobre o Brasil e a Bahia, ao mesmo tempo podendo ser, pois é arte, literatura e para olhares mais atentos também constrói múltiplos ensinamentos, preservando o riso e a beleza. Na verdade, as teses devem ser feitas por nós que somos parcamente pagos para ler e escrever, quando não somos chamados de preguiçosos por autoridades estaduais e federais, insistentes em afirmarem, que ganhamos muito, que precisam cuidar dos mais necessitados. Já estou desviando o papo, lembrei de alguns algozes, insistentes em nos depreciar junto ao povo, esse meu desvio deve ser algum ebó do ministro de Xangô. A obra do esposo de Zélia Gattai é sempre engajada e escolhe um lado, o lado do povo.
Mas não vou aqui ocupar esse precioso espaço com mais reflexões jorgeamadianas contidas em nosso III Webinário Estudos Amadianos, convido-os ao Canal Universidade da Gente no Youtube. Lá algumas lives já estão gravadas e outras acontecerão no dia 15, às 15:00 e 19:00 e no dia 16, terça-feira, às 09:00, 15:00 e 19:00. Os temas são variados, afinal, Amado é múltiplo. Amanhã, segunda-feira, a mesa/live “Jorge Amado: literatura e história” contará com as falas de Filismina Fernandes Saraiva, Jairo de Araújo Souza, Odílio da Silva Santos, Roseli Vila Andrade e Rebeca Fabiana Ferreira da Silva Santos. No mesmo dia, às 19:00, Cleidiana Ramos, Tatiane Almeida, Juca Badaró e Josivaldo Oliveira compõem a mesa “Imagens, ilustrações, memória e afro-baianidades”. No dia 16, terça-feira, Maria Lívia Ferreira dos Santos, Gedy Weis Alves, Pedro Dorneles da Silva Filho, Douglas de Sousa, Marcus Vinicius Santana Lima, Nelson Cerqueira, Alisson Vital Oliveira Santos, Alex Pereira de Araújo, Ricardo Tupiniquim Ramos, Gildeci de Oliveira Leite protagonizam o evento ao lado dos pesquisadores vindos dos EUA Luciano Tosta, Charles Perrone, Dain Borges em três horários diferentes. Sugiro a participação! Até lá! Saudações jorgeamadianas!
*A primeira versão deste texto foi publicada no Jornal A Tarde em 14.08.2022.
Foto: Arquivo Pessoal
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