GILFRANCISCO [*]

Quando o século XX começou, o Brasil era ainda um país atrasado, vivendo à custa da monocultura do café, explorado pelas grandes potências, e refletindo timidamente as revoluções que modificam a face da Europa. No Velho Mundo, sob o efeito da Segunda Revolução Industrial, intensificava-se o capitalismo, as nações desenvolvidas diversificavam a produção dos manufaturados. Por causa disso, aumentou a procura à matéria-prima abundante e barata encontrada nos países subdesenvolvidos, que passaram a vendê-las a preços irrisórios para a obtenção dos produtos industrializados. Com isso, cresceu enormemente a circulação de riquezas, ao mesmo tempo em que se acentuou a relação de dependência entre as nações em franco desenvolvimento e as nações pobres.

A maior circulação de moedas, o aumento da riqueza, o progresso nos países ricos, contudo, não escondiam a crise que estava no ar, consequência da luta por melhores mercados, ou mesmo do confronto cada vez mais direto das classes sociais. Resultaram desses conflitos a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa de 1917 e o Crack da Bolsa de Nova York. (1). Aqui a crise econômica trouxe consigo o desemprego e os desajustes sociais mais profundos, e revelou de forma mais evidente as fissuras do sistema capitalista. O início do século XX até a década de 30 foi marcado pela profusão de movimentos culturais, cuja característica essencial era o espírito libertário, iconoclasta e a efemeridade. A esses movimentos costumou-se dar o rótulo de vanguardas. Integrados à modernidade, repudiavam o passado e tudo o que pudesse representar o gesto estratificado, o comodismo e a cultura oficial representativa do poder estabelecido. Posteriormente a esses movimentos de vanguarda e refletindo o impacto da crise econômica mundial e das duas grandes guerras, surgiu também na década de trinta uma tendência literária que se caracterizou pelos aspectos eminentemente sociais. No Brasil, as tendências vanguardistas vieram questionar uma literatura convencional que então se praticava. (2)

Movimentos do passado, como o Parnasianismo e o Simbolismo, ainda ditavam as regras, em pleno modernismo, constituindo, por assim dizer, o gosto oficial, o gosto das elites. Valorizando a arte pela arte, o refinamento dos sentidos, os herdeiros do Parnasianismo e do Simbolismo fechados em sua torre de marfim, esqueciam-se deliberadamente da realidade brasileira, voltando os olhos para a tradição cultural francesa.

Portanto, os primeiros anos do século XX seriam justamente os semeadores de um novo mundo de vida, cujos “frutos” seriam colhidos mais tarde, durante a década de 30, quando o Romance de 30, que se caracteriza pelo regionalismo e pelo teor de denúncia social, trouxe à literatura brasileira, através desses escritores (Jorge Amado, José Lins do Rêgo, Graciliano Ramos e Raquel de Queiroz), uma realidade que permanecia escondida: tipos sociais específicos, geralmente do Brasil rural, vivendo situações típicas de um país atrasado. Em suma, a literatura regionalista tem um evidente compromisso ideológico, no sentido de seus autores estarem comprometidos com uma visão de mundo mais à esquerda (refletindo o fortalecimento do socialismo na época) ao contestar as estruturas e ao se colocar de maneira deliberada, ao lado dos desfavorecidos da sorte. Sabemos que, nas primeiras décadas deste século, o processo de metropolização das grandes cidades, principalmente, a modernização da vida e de seus habitantes se desenvolveu rapidamente, transformando seu cotidiano. Os modos de viver e conviver nas cidades, de maneira geral, estavam mudando nesses anos com as transformações modernizadoras, apesar da permanência de elementos do universo rural, cada vez mais rarefeitos. Na década de 1930, boa parte dessas mudanças e transformações já estavam consolidadas.

Foto: Reprodução capa do livro

Estudantes e professores de Direito sempre publicaram seus escritos em jornais baianos ou revistas, como Nova Cruzada (1901-1910) (3) e Anais (1911-1914), das duas primeiras décadas do século, O Távola, Samba (1928-1929) , (4) Arco & Flexa (1928-1929) (5) entre 1917 e os anos 30, ou nos impressos da Ala das Letras e das Artes (1938) (6), do médico e jornalista Carlos Chiacchio, ou o jornal A Tarde, como no Imparcial e outros periódicos da terra, inclusive nos Diários Associados do paraibano Assis Chateaubriand.

Tanto a Academia dos Rebeldes como nos grupos das revistas Samba e Arco & Flexa, formam uma das ramificações do movimento modernista no Brasil, na Bahia, que segundo Afrânio Coutinho, “começou a dividir-se em grupos e gerações sucessivas e correntes divergentes. Graça Aranha foi a principal causa inicial da desagregação. O Modernismo como grupo desapareceu. ” (7) E como consequência, foram muitos os movimentos simultâneos ou subsequentes dos estados: “Em Minas o do grupo Verde de Cataguases, com Rosário Fusco, Ascânio Lopes, Guilhermino César, Francisco Inácio Peixoto, Camilo Soares, Martins Mendes, Humberto Mauro; e em Belo Horizonte, o da Revista, com Carlos Drummond de Andrade, Emílio Moura, João Alphonsus, Ciro dos Anjos, Abgar Renalt, Pedro Nava, Aníbal Machado, Martins de Almeida, João Dornas Filho, Mário Matos, Enrique de Resende, etc.

Na Bahia, Godofredo Filho, em 1926, de volta do Rio, apresenta em página de jornal, os novos figurinos poéticos, e imediatamente, polarizados pela personalidade exuberante do crítico Carlos Chiacchio, reúnem-se lhes outros moços, como Eugênio Gomes, Carvalho Filho, Pinto de Aguiar, Hélio Simões, Ramaiana de Chevalier, Pereira Reis Júnior, Queirós Júnior, criando a Revista Arco & Flexa, na linha do “Tradicionalismo dinâmico” de Festa. Outro grupo era integrado por Jorge Amado, Sosígenes Costa, Pinheiro Viegas, Edison Carneiro, Alves Ribeiro, Clóvis Amorim e seguia linha independente. No Ceará, o Modernismo surgiu com a Revista Maracajá, em 1929 e no Pará, o grupo Flaminaçu, com Abguar Bastos. No Rio Grande do Sul, o grupo da Madrugada, com Augusto Meyer, Teodomiro Tostes, Vargas Neto, Miranda Neto, Paulo Gouveia, Moisés Velinho.” (8) . Na década de vinte, muitas revistas foram editadas na Bahia. Todavia, várias delas tiveram vida efêmera: A Renascença; A Época, de José Maria Vidal; O Século; A Fita; Rua Chile, de Carmino Longo; A Nota e o Álbum, de Florêncio Santos; O Social, de Egberto de Campos Ribeiro e Florêncio Santos; Samba; Arco & Flexa; Meridiano; Bahia Moderna; Bahia Nova, de Karlos Weber; Letras de Hoje (1929); A Luva (1925-1932); Revista da Bahia, entre outras.

1922 é o ano de uma grande agitação política que abalava o país, dentre elas, a fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB) e a revolta dos militares do Forte de Copacabana. Desenvolvia-se, sobretudo nos setores oficiais, um largo movimento de propaganda em torno das comemorações do centenário da independência do Brasil. Tais fatos, somados à dificuldades de comunicação entre os diversos Estados, retardaram a divulgação do modernismo no país. De São Paulo chegavam as sugestões do movimento modernista, tornado público na Semana de Arte Moderna (fevereiro de 22) ao mesmo tempo em que se intensificava, fazendo eco a uma preocupação generalizada no Brasil, a pregação em torno do regionalismo.

Em agosto deste ano, parte do Recife a barca do Curvelo, com destino ao Rio de Janeiro, uma comitiva para participar do 1º Centenário Internacional de Estudantes, por ocasião das festas do centenário da independência, tendo como secretário dessa comitiva o jovem jornalista, Joaquim Inojosa, que resolve estender a viagem até São Paulo, onde visita a redação do Correio Paulistano e conhece Menotti del Picchia e Oswald de Andrade. Mais tarde os contatos se sucedem a Guilherme de Almeida, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti.

Foi através de Joaquim Inojosa, que retornava em 17 de outubro de 1922, para Recife, com uma estranha bagagem: Trazia de São Paulo alguns exemplares da revista Klaxon e dois livros: Paulicéia Desvairada, de Mário de Andrade, e Os Condenados, de Oswald de Andrade. (9) O modernismo chegava ao norte (Pernambuco), que naquele tempo, desde a Bahia ao Amazonas era norte, e ganhava os primeiros adeptos: Austro-Costa, Godofredo Ramos e Raul Machado. A Mauricéa, fundada em 1923 – é a segunda revista modernista, pois a primeira foi Klaxon – lhe publicava no número 1, os versos de adesão. (10)

Mais tarde, em 1924, o poeta Ascenso Ferreira (1895-1965) iria aderir ao movimento, guiado por Guilherme de Almeida (1890-1969), que pronunciou conferências e recitou seu poema Raça, no Teatro Santa Isabel. No mês de julho, Joaquim Inojosa (1901-1987) dirigiu aos diretores da revista Era Nova, da Paraíba, uma carta literária, que seria editada em Recife pelo Jornal do Comércio em 1924, onde conclamava a juventude paraibana a aderir ao modernismo. (11)

Um desses exemplares chega às mãos do escritor baiano, Aloysio de Carvalho Filho (1901-1970), enviado pelo próprio Joaquim Inojosa, conforme carta datada de, Bahia, 20 de outubro de 1924, em resposta a esta, onde parabeniza o “folheto” e louva o amigo que “se declara convencido e entusiasta batalhador da ideia nova. ” (12) De Recife chegam também novas revistas literárias, como Mauricéa, recebida por Aloysio de Carvalho, conforme o artigo Gente do Norte, onde ele se refere da seguinte maneira: “Essas duas revistas trouxeram-me, pois, à alma de moço, um grande contentamento que não saberia silenciar. ” Parece, tratar-se da Revista do Norte. (13)

Todas essas pistas, levam-nos a confirmar mais uma vez, que as ideias modernistas da Semana de Arte Moderna de 22, chegam na Bahia via Pernambuco. De maneira acanhada, mas chega e se instala na mente dos nossos jovens acadêmicos boêmios. É aí que surge, a mais de uma centena de quilômetros de Salvador, o poeta Godofredo Filho (1904-1992).

O que procuravam, surgiu de Feira de Santana, da Princesa do Sertão, onde também se encontra perfeitamente ciente e consciente dos fundamentos estéticos do modernismo, aos quais adaptara a sua cultura e a sua sensibilidade, iniciando assim, uma obra por todos respeitada. (14) Trata-se, portanto, da figura polêmica, ou seja, do “bruxo” Godofredo Filho, que foi o primeiro dos escritores novos da Bahia, a dar notícia aos intelectuais do Sul, de que aqui, já pousara e já contagiara o espírito renovador das letras e das artes.

Foto: Reprodução

Em 1925, por intermédio do crítico Carlos Chiacchio, organizador do grupo “Arco & Flexa”, pela primeira vez, aqui em Salvador, a imprensa estampou em quase uma página do vespertino A Tarde, uma colaboração sua, onde forma publicados cinco poemas: Ironia; Melancolia do Arrabalde; Onde o Silêncio dorme; Esta Saudade do adolescente-lírico e Poço d’água, poemas nitidamente modernistas, em sintonia com o movimento de 22, que chocaram a todos e fizeram com que revistas e jornais daqui, trocassem do que chamaram de “futurista”. (15)

1928, ano definido pelo modernismo baiano, hoje conhecido como o período mais fecundo das nossas letras, é marcado também pelo lançamento da revista Samba, “Grupo da Baixinha” e em novembro, do primeiro número da revista Arco & Flexa – mensageiro da cultura moderna, sob a direção de Pinto de Aguiar, contou com o grande incentivo do jornalista Carlos Chiacchio, que assinava desde o início do ano, um rodapé semanal de crítica literária, Homens & Obras, no jornal A Tarde.

Um fato curioso ocorreu neste ano, com o livro de Godofredo Filho, Samba Verde (coletânea de 13 poemas escritos em 1925), cuja publicação deve-se a Manuel Bandeira (1886- 1968), e que foi editado pelos Irmãos Pongetti. Depois de ter visto as primeiras provas do livro, não permitiu que viesse a lume, recolhendo os exemplares antes mesmo do lançamento, sob o argumento de que Samba Verde, não mais representava a deriva da pesquisa estética. Embora Manuel Bandeira e Ronald de Carvalho (1893-1935), por documentos escritos lhe louvassem a forma e auspiciassem o êxito do “esplêndido” verde-amarelismo.

Foto: Reprodução

Com ares provincianos, mas destinado à divulgação de espíritos novos, no ingênuo propósito de verem publicados os seus primeiros textos, na realidade a revista não se constituía de um “grupo” literário, pelo contrário, possuía um conteúdo heterogêneo, que viveram de novembro de 1928 à mês indefinido de 1929, em cinco números contidos em três fascículos.

Apesar de ter sido um dos colaboradores da revista (modernista baiana), Arco & Flexa nº 4/5, 1929, último número a circular, onde publicou o poema Usina, Godofredo Filho nunca assumiu um compromisso total de modernidade, pois sua ligação com o movimento modernista, era mais com o grupo do Sul do país. Segundo a ensaísta Ívia Alves, Usina: “Imprime uma atmosfera dinâmica através da enunciação, aparentemente caótica, sem chegar a uma descrição fotográfica, Versos brancos. Ritmos vários. Enumeração caótica. Imagens, sinestesia e aliterações. Aglutinação de vocábulos à maneira modernista” . (16)

Apesar de somente ter sido publicado em 1977 o longo Poema da Feira de Santana, de Godofredo Filho, era bastante conhecido entre seus amigos mais íntimos, desde 1926. (17) Mas os primeiros livros modernistas publicados na Bahia, foram Moema de Eugênio Gomes e Rondas, de Carvalho Filho, ambos publicados nos primeiros meses de 1928. (18) Em seguida vieram o Poema de Ouro Preto, de Godofredo Filho, 1932 e Mar e outros Poemas, de Hélio Simões. (19)

Foto: Reprodução capa do livro

Portanto, aos que conseguiram sobreviver a vários temporais (1922/1928) e ceder às determinações da cultura e da sensibilidade, lutando em favor da implantação de uma nova ordem literária, só tinham de longe, a imagem imperfeita do ambiente cultural que os asfixiava, assumindo inconscientemente uma responsabilidade cuja extensão desconheciam.

Não é nenhuma surpresa, o Modernismo chegar à Bahia com tanto atraso, pois na Bahia, por motivos vários, imperava uma forte resistência dos que tentavam sobreviver o neo-parnasianismo, que vigorava em seus últimos arrancos na nossa província. A Bahia sempre foi muito conservadora e, naturalmente, tudo o que conspirava contra seus valores, sofria a reação a toda aquela revolução de sentido estético. Sobre essa época, o poeta Godofredo Filho tem muito a acrescentar: “Por aqui vingavam muitos estilistas, bons é verdade, mas recalcitrantes. Naquele tempo, eles viviam fascinados pela eloquência de nossos gramáticos. Não se pode esquecer, por exemplo, como foi conservador neste particular das letras e da língua portuguesa em sua pureza setecentista, Rui Barbosa e tantos outros. ” (20)

O significado do momento cultural do modernismo na literatura e o seu condicionamento às injunções políticas da época, são reflexões das formas tradicionais que tendiam cristalizar todos os talentos para as letras que iam sempre na esteira das normas estabelecidas, no seu estilo buscando e rebuscando, marcados pela tradição política e religiosa.

A vinculação da Bahia ao passado, na verdade a oprimia, e nossos escritores não refletiam a inquietação do mundo e reagiam contra o rompimento de certos diques, como foi a Revolta do Forte de Copacabana, em 1922. Do ponto de vista da temática da poesia, já não era possível girá-la sempre em torno de temas românticos, nem de construções meramente formais.

A expectativa mental do jovem grupo baiano (Arco & Flexa), era estar em perfeita sintonia, espontânea criação, mas sem qualquer vinculação, com o que, a respeito do mesmo problema cultural, ocorria em outras capitais, como o Rio e São Paulo, de onde chegavam as novas novidades literárias, através do noticiário escasso da imprensa local. “Só por intermédio de jornais, chegados por via marítima, com atraso de trinta e mais dias, poderíamos ter noção precisa do que, com o propósito de renovar em seu conteúdo e em seu continente toda e qualquer manifestação artística, e em primeiro nível a literária, pretendiam os escritores novos das cortes do sul. ”, segundo depoimento de Carvalho Filho (1908-1994). (21)

Com o advento do modernismo, a liberdade no plano da criação literária, trouxe elementos, para entendimentos culturais antes nunca discutidos, sem esquecer os aspectos políticos e a realidade social. Mesmo com a introdução desse novo “elemento”, na Bahia, o modernismo foi recebido com perfil de hostilidade compreensível. O poeta Carvalho Filho, justifica afirmando que: “É que nos vencia ambiente pesado de falsa cultura clássica em seu tradicionismo intocável. Foi quando, por uma atração não de contrários, nos encontramos com Eugênio Gomes (1897-1972), Hélio Simões (1910-1987), Eurico Alves (1909-1974), Pinto de Aguiar (1910-1991) e outros, e partimos, afinal de muitas conversas noturnas, que continuavam, para uma iniciativa que testemunhasse adesão inequívoca à nossa hora, com ressonância para além da nossa cidadela provinciana”. (22)

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Salvador dos fins desta década tinha aproximadamente 250 mil habitantes e marcaria um período de muita inquietação intelectual, como consequência do que se passava nos grandes centros erradicadores da cultura nacional, localizada no Rio de Janeiro e em São Paulo. A cidade de Salvador é marcada por vários acontecimentos culturais e urbanísticos importantes, além dos teatros que tinham um papel fundamental na vida cultural da cidade: São João, Politeama, Guarani, Jandaia e o Cinema Olímpia.

NOTAS

1 Em 1925, a Bolsa de Nova York sofreu sério abalo, levando a economia do país e a do mundo ao colapso. O termo em inglês “crack” equivale à quebra. Repercutindo de forma catastrófica no principal produto de exportação da economia brasileira, o café, a crise de 1929 acelera a derrocada do velho regime sustentado pela oligarquia rural e possibilita a vitória dos liberais. A Revolução de 30 depõe Washington Luís e coloca no poder Getúlio Vargas.

2 A Literatura Convencional (literatura oficial), tradicional, que está a serviço das classes dominantes. No caso do Brasil, durante o Modernismo ela seria representada por poetas parnasianos como Olavo Bilac e por prosadores como Coelho Neto, que ainda se utilizavam de uma sintaxe herdada de Portugal, de termos nobres, elevados. Foi contra essa espécie de gosto envelhecido e alienado em relação às condições sociais e culturais brasileiras que a geração de 22 se insurgiu.

3 LARA, Cecília de. Nova Cruzada. São Paulo: IEB – Instituto de Estudos Brasileiros – USP, nº 17, 1979.

4 Samba. Edição fac-similar. 1928/1929 (quatro números). Salvador: Conselho Estadual de Cultura – Secretaria da Cultura e Turismo do Estado da Bahia, 1999

5 Arco & Flexa. Edição fac-similar. 1928/1929 (cinco números). Salvador: Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1978.

6 Possivelmente, a sociedade literária mais curiosa do vasto fornecimento da província.

7 COUTINHO, Afrânio. Introdução à Literatura Brasileira. Rio de Janeiro: Distribuidora de Livros Escolares, p.270, [s.d].

8 Idem, p. 272.

9 ANDRADE, Mário de. Paulicéia Desvairada. São Paulo, Casa Mayença, 1922. ANDRADE, Oswald de. Os Condenados. São Paulo, Editora Monteiro Lobato, 1922.

10 Mauricéa, Ano I – nº 1 – 10 nov. 1923. Recife (PE).

11 INOJOSA, Joaquim. A Arte Moderna, Recife, Jornal do Comércio, 1924, p.28.

12 INOJOSA, Joaquim, O Movimento Modernista em Pernambuco. Rio de Janeiro, vol. 3, Gráfica Tupy, 1969.

13 CARVALHO FILHO, Aloísio de. Gente do Norte. Salvador, Diário da Bahia, 21 jan. 1924.

14 GODOFREDO FILHO. Irmã Poesia. Rio de Janeiro, Edições Tempo Brasileiro. Salvador, Secretária de Estado da Educação e Cultura da Bahia, 1987.

15 CHIACCHIO, Carlos. Poesia Nova. Salvador, A Tarde, 10 jan. 1925.

16 ALVES, Ívia. Arco & Flexa – contribuição para o estudo do modernismo. Salvador, Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1978, p. 104-105. Pesquisa de maneira sistemática, procura descrever, analisar r julgar as ressonâncias do Modernismo na Bahia, através da revista Arco & Flexa, tentando sintonizar a sensibilidade e a inteligência com a renovação cultural que eclodira em 1922, com a Semana de Arte Moderna.

17 GODOFREDO FILHO, Poema da Feira de Santana. Salvador, S/A Artes Gráfica – Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1977. 500 exemplares.

18 GOMES, Eugênio, Moema. Salvador, 1928. CARVALHO FILHO, Rondas. Salvador. Livraria Duas Américas, 1928. Reescrito em 1950.

19 GODOFREDO FILHO, Poema de Ouro Preto. Rio de Janeiro, Schmidt Editor, 1932. 500.exemplares. SIMÕES, Hélio, Mar e outros Poemas. Salvador, Edições Ala, nº 10, 1941.

20 JORNAL DA BAHIA, Godofredo Filho: 50 anos na vida literária baiana. Salvador, 1975.

21 CARVALHO FILHO, Prosa Poema. Salvador, Diário Oficial do Estado da Bahia, Sup. Especial, 26 abr. 1984.

22 CARVALHO FILHO, Fase Modernista. Salvador, Revista da Academia de Letras da Bahia, nº 26, p. 101-103, set. 1978.

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[*] É jornalista e escritor. E-mail: gilfrancisco.santos@gmail.com