O Brasil deve registrar quase 60 mil novos casos de câncer de mama em 2019, segundo dados apresentados pelo Instituto Nacional do Câncer – Inca – no lançamento da campanha “Outubro Rosa” ocorrido no último dia 7. A campanha tem como tema “Cada corpo tem uma história. O cuidado com as mamas faz parte dela”.

Entre os principais focos da campanha está a prevenção primária (ações para reduzir os riscos) e a detecção precoce do câncer de mama.  O objetivo é fortalecer as recomendações do Ministério da Saúde para o rastreamento e o diagnóstico precoce do câncer de mama.

A ginecologista e obstetra do Hapvida Saúde, Elis Akamy, explica que o câncer de mama é o tipo que mais acomete as mulheres, seguido pelo câncer do colo do útero. No Brasil, o câncer de mama é o maior responsável pelo óbito de mulheres. No entanto, a região Norte é campeã do câncer do colo de útero.

“O diagnóstico precoce pode ser um fator decisivo, pois no caso do câncer de mama, pode ter 90% de chances de cura quando detectado em seu estágio inicial. E o câncer de colo de útero tem prevenção por meio do exame de colpocitologia oncótica, conhecido como Papanicolau ou preventivo ginecológico”, alerta a médica.

Estatísticas

Elis Akamy alerta que uma média de 41 mulheres em cada 100 mil, no Amazonas, devem desenvolver o câncer de colo uterino entre 2019 e 2020, conforme projeção do Instituto Nacional do Câncer. O número representa mais que o dobro da estatística brasileira, que prevê cerca de 15 casos para o mesmo grupo.

“Em parte, isso é motivado pelo medo de fazer exames de rotina, bem como o preconceito do exame físico ginecológico, que é visto como invasivo, principalmente pelas mulheres mais velhas. Além que ainda é considerado um tabu pelo público feminino”, pondera a médica.

A última Pesquisa Nacional de Saúde sobre o tema, de 2013, mostra que, entre as brasileiras de 50 a 69 anos, passa de 80% o percentual das que fizeram mamografia nos últimos dois anos, considerando apenas as que têm nível superior. Entre as mulheres sem instrução ou com nível fundamental incompleto, esse percentual cai para cerca de 50%, e chega a menos de 30% na Região Norte.

Diagnóstico

A especialista afirma que o diagnóstico precoce ainda é o maior aliado para o tratamento eficaz do câncer de mama. Quando identificado cedo pode ser tratado, impedindo que o tumor alcance outros órgãos.

Segundo o Inca, os principais sinais e sintomas da doença são caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo); saída espontânea de líquido de um dos mamilos; e pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas).

Quanto ao câncer do colo do útero, a ginecologista afirma que a colposcopia é o exame mais completo, o qual examina a vulva, vagina e colo do útero, através de um microscópio chamado colposcópio.

Esse exame existe desde 1924 e vem sendo aprimorado para o diagnóstico de lesões precursoras do câncer e detecção de lesões por HPV (vírus do papiloma humano), que causa o câncer de colo uterino.

Prevenção

A especialista esclarece que as mulheres devem fazer os exames de prevenção anualmente, como a colpocitologia oncótica ou a citologia em meio líquido e a Colposcopia. Além do ultrassom da mama e mamografia, realizada em mulheres com mais de 40 anos. “No caso de mulheres com antecedente de câncer ginecológico na família, essa periodicidade deve ser mais curta devido ao seu histórico”, comenta Elis.

A médica afirma que tão importante quanto os exames periódicos e o uso de preservativos, a população deve tomar a vacina contra o HPV, indicada principalmente em meninos e meninas de nove a 14 anos, mas também pode ser tomada por mulheres até 45 anos. A vacina protege em quase 100% dos casos da infecção pelos tipos mais graves de lesões do HPV, que podem levar ao câncer de colo uterino.

Movimento

Conhecido mundialmente como Outubro Rosa, o mês é marcado por ações relacionadas à prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. O movimento, celebrado anualmente desde os anos 90, tem como objetivo compartilhar informações sobre o câncer de mama e, mais recentemente, sobre o câncer do colo do útero, promovendo a conscientização sobre as doenças, proporcionando maior acesso aos serviços e contribuindo para a redução da mortalidade das mulheres.

O nome da campanha remete à cor do laço que é um símbolo internacional usado por indivíduos, empresas e organizações na luta e prevenção do câncer de mama. É por esse motivo que durante todo o mês a cor rosa ilumina a fachada de diversas instituições públicas e privadas com objetivo de promover a adesão ao movimento.

 

Fonte: D COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA

Foto: Divulgação