* Por Patricio Jaca, Chefe de Proteção de Dados para o Cone Sul da Thales

Hoje em dia é impossível mencionar a segurança cibernética sem mencionar ou destacar a importância das senhas. Desde a sua criação em 1961, posicionaram-se como uma primeira linha de defesa em segurança digital e prevenção de ataques, permitindo autenticar e acessar os nossos dados.

 A história, por sua vez, nos faz recuar dois milênios e nos conta que a primeira senha reconhecida como tal ocorreu na antiguidade, séculos antes de Cristo, e foram os romanos que usaram um “lema” que lhes permitiu identificar-se como membros dentro de uma unidade do exército.

No entanto, só na já referida década de 60 é que começamos a dar-lhe o uso moderno com que o conhecemos hoje. Naquela época, elas protegiam um sistema que permitia que vários usuários acessassem um computador central por meio de terminais remotos e garantiam a cada um deles o acesso aos seus próprios arquivos.

Apesar de sua importância, muitas pessoas (em um número não tão surpreendentemente grande) ainda mantêm maus hábitos na hora de escolhê-los. Normalmente, utilizamos combinações fracas ou repetitivas, compartilhamos senhas com outras pessoas ou não as alteramos regularmente, comportamentos que podem facilitar o trabalho dos cibercriminosos e colocar em risco os nossos dados e informações sensíveis.

No entanto, devemos perguntar se poderíamos passar sem elas e o que aconteceria se o fizéssemos, o que aconteceria se houvesse uma forma mais segura e eficiente de proteger os nossos dados? É claro que, num mundo onde a tecnologia avança sem parar e a uma velocidade constante, é necessário estar atento às inovações emergentes que podem mudar a forma como interagimos com a segurança digital.

É aqui que entram as chaves de acesso. São credenciais criptográficas que prometem oferecer autenticação mais simples e segura e agora estão disponíveis em todos os dispositivos móveis e computadores, podendo substituir as senhas e se tornar o padrão de autenticação padrão.

Por sua vez, a biometria é uma alternativa promissora para autenticação de usuários, pois utiliza características físicas ou comportamentais únicas dos indivíduos para verificar sua identidade. Isto pode incluir impressões digitais, reconhecimento facial, padrões de voz e até padrões de frequência cardíaca, fornecendo recursos que os tornam extremamente difíceis de violar, oferecendo um nível de segurança mais elevado do que as senhas tradicionais.

Como todos os anos, devemos aproveitar o Dia Mundial da Senha para refletir e pensar em como melhorar nossas práticas para acompanhar as inovações em segurança cibernética e, por fim, é importante entender que, à medida que a segurança cibernética avança e se refina, novas ameaças externas surgirão. Portanto, uma correta cultura de proteção de dados surge como aspecto fundamental para garantir a proteção de nossas informações e privacidade.

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Foto: Ascom