No início dos anos 40, o Dr. Archie Carr começou a estudar as tartarugas marinhas. Na década de 50, iniciou as atividades de pesquisa e conservação em Tortuguero, na Costa Rica, e se tornou um dos mais importantes pesquisadores da área. Seus estudos e escritos são responsáveis por grande parte do que se conhece hoje sobre a biologia e o ciclo de vida desses animais. O “pai” das tartarugas marinhas participou da criação em 1959 e foi diretor científico do Caribbean Conservation Corporation (hoje Sea Turtle Conservancy), o mais antigo grupo de pesquisa e conservação de tartarugas marinhas do mundo. 

Para os conservacionistas, Dr. Carr foi um dos grandes heróis do século XX. É considerado pioneiro biólogo, herpetólogo, ecologista e escritor da natureza por ter colocado em prática uma campanha internacional para proteger as tartarugas marinhas, que se tornou modelo para outras que se seguiram. Seu bom humor, além de sua obra original e pioneira referenciada internacionalmente, é uma das características lembradas por aqueles que o conheceram e o consideram um biólogo carismático e moderno. Em seu livro “So Excellent a Fishe, publicado em 1967, Carr traz uma narrativa bem-humorada porém com rigor científico, resumindo o conhecimento que conseguiu acumular em mais de duas décadas de pesquisas em campo.

Muitos dos mistérios da época já foram desvendados nos dias atuais, graças a grande evolução das ciências e às novas tecnologias aliadas a pesquisa das tartarugas marinhas. Entretanto, muitas de suas perguntas permanecem sem resposta e continuam provocando as gerações de novos pesquisadores.

“A Fundação Projeto Tamar também tirou grande parte de sua inspiração na vida e obra deste pesquisador criativo, inovador e visionário”, diz a diretora nacional de conservação e pesquisa do Tamar, oceanógrafa Neca Marcovaldi.

As tartarugas marinhas desempenham um papel ecológico crucial nos oceanos – Fotos: Projeto Tamar

Tartarugas Marinhas são animais pré-históricos que estão no planeta há pelo menos 120 milhões de anos. Elas conviveram com os dinossauros e resistiram a todas as mudanças que os levaram à extinção, há cerca de 65 milhões de anos. São um símbolo de resiliência que tem inspirado diversas culturas pelo mundo: simbolizam a Mãe Terra para a cultura hindu, sabedoria e boa sorte para o povo havaiano, longevidade para os indígenas da América do Norte, além de serem consideradas sagradas em muitas culturas da América Central.

Conhecidas como sentinelas dos mares,  funcionam como termômetros da qualidade ambiental. Por serem animais de “sangue frio”, ou seja, sua temperatura corporal varia conforme a temperatura do ambiente, possuem a fisiologia profundamente influenciada pelo meio externo. Essa condição, junto de outras particularidades como colocar vários ninhos numa mesma temporada reprodutiva, fazem com que as tartarugas sejam um organismo ideal para detectar alterações no ambiente, como por exemplo as mudanças climáticas. 

As tartarugas marinhas desempenham um papel ecológico crucial nos oceanos, desde áreas costeiras até as profundezas oceânicas. Elas são fundamentais para a manutenção das cadeias alimentares e a integridade dos habitats, desde recifes de coral até prados marinhos, contribuindo para a biodiversidade e resiliência dos oceanos. Como espécies guarda-chuva, a conservação das tartarugas marinhas protege muitos outros organismos que compartilham seu habitat, garantindo o equilíbrio dos ecossistemas marinhos. A conservação dessas espécies é essencial para a saúde dos oceanos.

Para comemorar esta data tão importante, nossos Museus estarão com programações especiais em cada uma das localidades, venha celebrar conosco!

Aracaju – SE
Praia do Forte – BA
Vitória – ES
Ubatuba – SP
Florianópolis – SC

—————

Fonte: Projeto Tamar